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    Crise da água

    Sabesp terá que 'tirar o pé do acelerador', diz presidente da empresa

    FABRÍCIO LOBEL
    DE SÃO PAULO

    01/04/2015 02h00

    Editoria de Arte/Folhapress

    Em crise, a Sabesp cortará mais da metade de seus investimentos com coleta e tratamento de esgoto, além de propor um aumento maior do que os 13,8% autorizados pela agência reguladora nas contas de água.

    Para o presidente da empresa, Jerson Kelman, a Sabesp terá que "tirar o pé do acelerador" nos investimentos com saneamento básico no Estado.

    Ele usou a expressão para explicar a redução de 55% (em relação a 2014) no valor previsto para o investimento em coleta e tratamento de esgoto.

    Essa queda ocorrerá, segundo Kelman, diante da urgência de investimentos voltados ao abastecimento de água na Grande SP.

    No ano passado, a empresa investiu R$ 1,9 bilhão nesse setor. Para 2015 estão previstos R$ 843 milhões.

    Com isso, numa situação incomum, a empresa investirá mais em água do que em esgoto. Esse cenário se manterá em 2016 e só voltará à normalidade a partir de 2017, segundo estimativas da empresa.

    Para compensar, o investimento em água no mesmo período deverá subir em cerca de 16%, chegando a R$ 1,5 bilhão.

    Para o professor Marcelo Libânio, especialista em hidrologia pela Universidade Federal de Minas Gerais, os investimentos em água deverão estar focados na compra de adutoras e na captação de água em locais diferentes, como no entorno de São Paulo.

    Já os cortes dos gastos em esgoto devem atrasar a instalação de estações de tratamento já planejadas.

    Os baixos valores de investimentos em esgoto puxaram para baixo em cerca de 26% o valor de investimento total da Sabesp (considerando também o investimento com água), em relação ao ano anterior.

    "Além, é claro, do dano à saúde pública, deixar de tratar o esgoto em São Paulo atrasará ainda mais todo o processo de recuperação dos mananciais. É um ciclo fechado", afirma Para Carlos Tucci, especialista em recursos hídricos.

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