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    PM ocupa área de milícia para implantar UPP em favelas da Maré, no Rio

    DIANA BRITO
    DO RIO

    01/04/2015 10h18

    Ao menos 50 policiais militares do Batalhão de Choque iniciaram no fim da noite desta terça-feira (31) a ocupação das favelas Roquete Pinto e Praia de Ramos, duas das 16 favelas do Complexo da Maré, na zona norte do Rio. A polícia substituiu aos poucos os militares da Força de Pacificação do Exército.

    Até a manhã desta quarta-feira (1º), não havia sido registro nenhum confronto. Apenas três motos roubadas haviam sido recuperadas. As favelas Roquete Pinto e Praia de Ramos são dominadas por milicianos e, segundo a inteligência da polícia, apesar disso o lugar não tem atuação de homens armados.

    "O processo de transição começa aqui porque é a área onde o Exército teve menos problemas ao longo da ocupação. Embora seja reconhecidamente um lugar de atuação de milícia não é de homens armados. Isso porque os milicianos atuam de forma discreta e, até certo ponto, é muito mais difícil de caracterizar e prender", afirmou o porta-voz da PM, coronel Frederico Caldas, à Folha.

    Questionado sobre ruas de condomínios fechados pela milícia para cobrança de taxas de moradores e comerciantes nas duas favelas, o coronel afirmou que um ex-PM do grupo paramilitar foi identificado como uma das lideranças e já é procurado pela polícia. O nome do suspeito não foi divulgado.

    Ainda de acordo com Caldas, a UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Roquete Pinto e Praia de Ramos deve ser implantada em 60 dias. No dia 1º de maio, a ocupação se estende às favelas Nova Holanda e Parque União, dominadas pelo tráfico.

    O conjunto de favelas contará com 1.620 PMs em quatro UPPs até 30 de junho. A PM estuda construir um novo prédio para o 22º Batalhão da Maré em São Cristóvão, zona norte, para transferir a tropa da unidade e usar a atual sede deles com policiais da UPP.

    Sobre a crise em parte das UPPs na cidade, Caldas destacou que ainda é preciso acreditar no projeto. "Existe um clima de pessimismo em relação a pacificação. Se der errado, vai todo mundo para o buraco. Vai para o buraco a polícia, a sociedade, vai todo mundo", disse o porta-voz da PM.

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