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    Crise da água

    Mesmo com chuva, agência vai manter controle de vazão do Cantareira

    MARIANA HAUBERT
    DE BRASÍLIA

    01/04/2015 14h35

    O presidente da Agência Nacional de Águas, Vicente Andreu, afirmou nesta quarta-feira (1º) que, passado o período de chuvas, os sistemas de abastecimento de São Paulo não conseguiram se recuperar satisfatoriamente e, diante do cenário, o governo manterá as medidas adotadas para garantir o fornecimento de água.

    "Mesmo tendo esses sinais de uma quantidade de água mais favorável chegando aos reservatórios, os cenários continuam críticos. [... ] As medidas que foram adotadas até aqui, no controle, na redução das vazões dos reservatórios e dos rios devem ser mantidas. Nenhuma medida adotada deve ser abrandada", afirmou em entrevista à imprensa.

    Durante a manhã, ele participou de uma reunião com os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Izabella Teixeira (Meio Ambiente), Gilberto Occhi (Integração Nacional), e com o diretor do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, Carlos Nobre, no Palácio do Planalto. O grupo tem se reunido semanalmente para avaliar a crise hídrica no país.

    O grupo apresentou, depois da reunião, um balanço sobre a situação dos reservatórios de água e da segurança hídrica do país após o período de chuvas, de outubro a março.

    Segundo Andreu, o cenário de chuvas em fevereiro e março foi satisfatório mas não suficiente e o quadro continua sendo considerado grave. O presidente explicou que o sistema Cantareira teve uma leve recuperação mas ainda está operando com o volume morto.

    "Houve recuperação, mas o Cantareira ainda está abaixo do volume útil. O que choveu não foi suficiente para recuperar o reservatório", explicou a ministra Izabella Teixeira. Segundo a ministra, apenas um terço da vazão normal do Cantareira está sendo explorada atualmente.

    Em relação ao sistema Paraíba do Sul, Izabella disse que ele está operando com o sistema útil. "É um indicador de recuperação muito importante nesses últimos meses. As condições são mais favoráveis que no ano passado mas temos que lembrar que no mesmo período do ano passado eles estavam com 40% do seu volume e hoje estão com 16%", disse.

    NORDESTE

    Occhi afirmou que o governo federal está intensificando o contato com os governos do Nordeste para traçar planos de urgência para conclusão de obras de estrutura na região.

    Segundo o ministro, as ações do governo federal têm se voltado para para soluções de perfurações de poços, construções de pequenos sistemas de água e ampliação do serviço de carro-pipa.

    "A falta de água já é generalizada no Nordeste. Queremos identificar todas as obras que podem ficar prontas ainda em 2015 para que possamos acelerá-las", disse.

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