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    Professores decidem manter greve e interditam a Paulista e a 23 de maio

    DANTE FERRASOLI
    DE SÃO PAULO

    02/04/2015 15h48

    Cerca de 60 mil pessoas (segundo a Apeoesp, sindicato dos professores estaduais de SP) se reuniram no vão livre do Masp por volta das 14h desta quinta-feira (2) para realizar uma assembleia na qual foi decidido que a greve dos professores estaduais, iniciada no último dia 16, será mantida,

    Também ficou decidido que o grupo iria à sede da Secretaria da Educação do Estado, que fica na praça da República.

    A presidente da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, informou que a greve continuará. Além disso, afirmou que 78% da categoria está paralisada.

    A sindicalista criticou o governador Geraldo Alckmin (PSDB) por entrar na Justiça contra os grevistas, proibindo-os de pedir que alunos não compareçam às escolas.

    Entretanto, os manifestantes discordaram sobre qual caminho seguiriam: enquanto uma parte queria seguir pela rua da Consolação, outros pediam que fosse pela avenida 23 de maio, segundo um grevista adepto da segunda opção "para mostrar mais nossa greve".

    Inicialmente, a presidente defendia ir pela Consolação. Entretanto, acabou cedendo à pressão da maioria e também seguiu pela 23 de maio -trajeto que não havia sido informado nem à CET nem à PM.

    Com a decisão pelo novo caminho, o sentido Paraíso da avenida Paulista também foi interditado. Os manifestantes seguiram pela avenida Brigadeiro Luiz Antônio, viraram na rua Pedroso até chegar ao acesso da 23 de maio por volta das 18. Com isso, o trânsito na via foi completamente interditado no sentido Centro.

    Com palavras de ordem como "não vai ter arrego" e "democracia", o grupo seguiu em direção à secretaria. Do alto de um caminhão de som, Bebel pediu que os manifestantes não gritassem "vem pra rua". A sindicalista disse que não gostaria da expressão pois esse é o nome do grupo de Rogério Chequer, a quem classificou como "organizador da juventude do PSDB". O grupo Vem Pra Rua, de Chequer, apesar de ter apoiado Aécio Neves (PSDB) no segundo turno das eleições presidenciais do ano passado, se diz apartidário.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Por volta das 19h, os grevistas chegaram à sede da Secretaria da Educação, na praça da República. Lá, também há um acampamento de cerca de 80 professores desde o início da greve.

    Já na praça, o deputado estadual Raul Marcelo (PSOL) fez um discurso prometendo apoio aos professores na Assembleia Estadual.

    PRÓXIMOS PASSOS

    Durante a assembleia, foi informado um "calendário" para os próximos dias. Na próxima sexta-feira (10), haverá outra assembleia. Esta, entretanto, será em frente ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado de São Paulo.

    Além disso, prometeram "parar todas as estradas" do Estado de São Paulo na próxima quinta (9) e anunciaram que haverá uma ação conjunta no dia 17, na qual outras categorias do funcionalismo público do Estado também devem paralisar suas atividades.

    Muitos manifestantes carregavam placas com outras reivindicações, como a não redução da maioridade penal, contra a PEC

    Em nota, a Secretaria de Estado da Educação criticou a greve dos professores e disse que fechou um acordo com a rede de ensino de reajuste de 45% em quatro anos e que neste ano vai pagar R$ 1 bilhão em bônus por mérito.

    "A pasta não pode pactuar com o movimento de um dos sindicatos da categoria que tem incitado os pais a não levarem seus filhos às unidades escolares para inflar a paralisação e usado, em alguns casos, até mesmo de violência", diz a nota.

    Segundo a pasta, o índice de comparecimento dos docentes permanece em 92%, mesmo número divulgado pela secretaria na semana passada. O Estado possui cerca de 5.300 colégios, 230 mil professores e 4 milhões de alunos.

    REIVINDICAÇÕES

    A greve começou no dia 16 e a categoria, que tem a data-base em março, reivindica reajuste salarial de 75,33%.

    Segundo o sindicato, o índice visa a equiparação salarial com as demais categorias com formação de nível superior -o piso dos professores estaduais é de R$ 2.415,89.

    Na segunda-feira (30), o governo apresentou uma proposta para melhorar as condições de trabalho dos docentes temporários da rede. Segundo o projeto, o período que os temporários devem ficar fora da rede após um ano de trabalho caia de 200 para 40 dias. Com a regra atual, os temporários têm de ficar praticamente um ano fora da rede, após um ano de trabalho.

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