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    Rio de Janeiro

    Após separação dos donos, cão terá guarda compartilhada no Rio

    LUIZA FRANCO
    DO RIO

    08/04/2015 02h00

    Erbs Jr./Folhapress
    Bruno Medeiros, 32, com o buldogue francês Braddock, que terá guarda compartilhada
    Bruno Medeiros, 32, com o buldogue francês Braddock, que terá guarda compartilhada

    A Justiça do Rio determinou que Braddock, um buldogue francês com pouco mais de um ano, divida seu tempo entre as casas de seus dois donos, um casal recém-separado. Braddock passará 15 dias com cada um.

    A disputa foi revelada pelo colunista Ancelmo Gois, do Globo. Tudo começou quando Bruno Medeiros, 32, ganhou Braddock como presente de aniversário de sua noiva. Ela pediu para não ter o nome divulgado nesta reportagem.

    O casamento durou apenas alguns meses e, quando veio a separação em dezembro passado, ela ficou com Braddock.

    Agora, a ex-mulher espera reverter a decisão da Justiça e conseguir a guarda integral do animal.

    "Ele nunca gostou do cachorro. Eu ligo para casa três, quatro vezes por dia para saber dele. Sábado à noite, não vou para a balada, fico em casa com ele. No aniversário do Braddock, em dezembro, fizemos festinha com bolo de cachorro. No Natal, ganhou presente", disse ela à Folha, que teria voltado a morar na casa dos pais após a separação para evitar que o cão ficasse sozinho.

    Bruno diz ter o mesmo afeto por Braddock. "Não sou um cara sentimental, mas acabei me apegando. A família toda ficou babona. Ele é um cachorro de temperamento tranquilo, é companheiro, é gordinho", diz o marido.

    Os dois também se acusam de usar o cachorro como forma de chantagear o outro após o término do relacionamento. Além da disputa pelo animal, eles também brigam pela posse de bens.
    "Confesso que fiquei com vergonha do juiz. Ele poderia achar que eu estava acionando a Justiça por uma besteira. Mas a relação com um cachorro você tem que alimentar, não pode deixar passar muito tempo, senão ele te estranha", diz Bruno.

    ESTRATÉGIA

    O advogado, amigo e sócio do marido, Ricardo Silveira, afirma que a ausência do animal afetou o desempenho profissional dele. "Ele estava sofrendo sem o cachorro. Ficou desmotivado, vivia se perguntando como ele estaria", relata Silveira.

    A estratégia jurídica de Silveira foi demonstrar que Braddock foi comprado durante o noivado para servir de animal de estimação do casal. Para isso, usou fotos e posts do Facebook.

    "Só encontramos uma outra decisão parecida aqui no Rio, onde o casal se separou, um dos dois ficou com a guarda e o outro ganhou o direito de visitar o animal. Mas acho que o caminho do direito é cada vez mais esse. Embora o cachorro seja um bem, hoje já é tratado como um membro da família", diz Silveira.

    A guarda compartilhada do cachorro foi decidida em março e vale até maio, quando o casal fará uma nova audiência.

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