• Cotidiano

    Saturday, 18-May-2024 22:18:23 -03

    Ex-presidiário ajuda a deter segurança da CPTM após abuso sexual

    RAFAEL RIBEIRO
    DO "AGORA"

    10/04/2015 02h00

    Um ex-presidiário ajudou a deter em flagrante um segurança da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) acusado de abusar sexualmente de uma passageira em um trem.

    O caso aconteceu por volta das 20h de quarta-feira (8). Segundo a polícia, uma vendedora de 34 anos voltava do trabalho para casa, na linha 12-safira, acompanhada de duas amigas quando um homem começou a encostar nela. Logo depois, ele mostrou o pênis.

    A vítima começou a gritar pedindo ajuda e puxando a mochila que o homem carregava. A cena chamou a atenção do cobrador de ônibus Róbson Almeida Olavo, 24, que desde o final do mês passado está em liberdade provisória. Ele cumpriu pena por roubo.

    Olavo aplicou uma "gravata" no acusado, o derrubou e o imobilizou até o trem chegar à estação Tatuapé (zona leste), onde chamou os seguranças da CPTM. O suspeito foi levado até a Delegacia do Metropolitano, na Barra Funda (região central da capital), onde a polícia descobriu que ele era segurança da empresa –no momento do abuso, ele estava à paisana.

    Em seu depoimento na delegacia, Olavo, disse que não pensou na hora em que viu o segurança abusando da passageira. "Fiquei indignado. Como pode um homem pago para garantir a segurança da população ter uma atitude dessas?"

    O ato foi recebido com alegria na casa do Itaim Paulista (zona leste) onde mora a família dele, que ainda não sabia do caso. "Nunca é tarde para virar um homem. Tomara que Deus tenha tocado seu coração depois de tantos erros cometidos", disse a mãe do cobrador, Laureli Almeida Santos, 59.

    "Ele tem uma filha de sete anos e só esperamos que ele crie juízo depois de tudo isso", disse Laureli.

    SUSPEITO DETIDO

    O homem detido no trem negou as acusações, segundo a polícia. Ele foi indiciado por importunação ofensiva ao pudor e ato obsceno contra a dignidade sexual e foi liberado pela polícia.

    Somados, os crimes podem render até dois anos de prisão, mas ele responderá em liberdade. Ao saber da liberação, a vítima disse à Record: "Eu tenho dúvida se vai ser feita justiça".

    Por meio de nota, a assessoria de imprensa da CPTM disse apenas que o segurança foi demitido por justa causa. A reportagem não teve acesso ao depoimento do acusado nem à sua defesa.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024