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    mosquito aedes aegypti

    Suspeita de dengue gera fuga do SUS e fila em hospital top de SP

    THAIS BILENKY
    GABRIEL ALVES
    DE SÃO PAULO

    17/04/2015 02h00

    A estudante Isabella, 17, acordou na segunda-feira (13) enjoada e com dores nas costas. Desconfiada de que fosse dengue, procurou dois hospitais públicos, o Menino Jesus, na região central de São Paulo, e o São Paulo, na zona sul, mas desistiu diante de esperas de seis horas.

    Mesmo sem plano de saúde, sua família optou por desembolsar o necessário para que fosse vista em um dos melhores e mais caros hospitais do país, o Sírio-Libanês.

    Joel Silva/Folhapress
    O empresário Lucas Fernando Kim, 50, que levou o filho, com suspeita de dengue, ao Sírio-Libanês
    O empresário Lucas Fernando Kim, 50, que levou o filho, com suspeita de dengue, ao Sírio-Libanês

    Foram duas horas de espera até que saísse o resultado do exame, mas ela foi acomodada numa poltrona e medicada. "Foi mais tranquilo."

    Deu negativo –Isabella está com infecção no rim. O hospital disse que só informaria o valor da conta depois de finalizado o atendimento, mas, para a estudante, terá valido. "Senão, eu estaria com [suspeita de] dengue até agora".

    Casos como o de Isabella ajudam a explicar por que até hospitais privados de ponta estão com demanda elevada em seus pronto-atendimentos. A epidemia de dengue no Estado de SP tem gerado procura excepcional às unidades numa época em que, anualmente, há mais demanda devido a doenças respiratórias.

    O Sírio-Libanês informou ter registrado aumento de 40% no número de pacientes no pronto-atendimento em março de 2015 ante o mesmo mês de 2014. Em horários de pico, a espera pode chegar a três horas, entre triagem e atendimento médico. A equipe de médicos e enfermeiros foi reforçada e 15 novas poltronas foram instaladas.

    O hospital orienta os pacientes a consultarem o tempo médio de espera no site ou no aplicativo do hospital.

    O Albert Einstein, no Morumbi (zona oeste), também teve aumento na procura. Na semana de 29 de março, foram 61 casos. Uma semana depois, 91. O hospital informou que está preparado para destinar um setor dos pronto-atendimentos para casos de dengue se a demanda aumentar.

    O empresário Lucas Fernando Kim, 50, cogitou levar o filho, com suspeita de dengue, ao Einstein, mas ouviu dizer que estava superlotado e optou pelo Sírio. Seu plano cobre os dois hospitais.

    Em vez dos 30 minutos que costuma esperar no pronto-atendimento, esperou 1h30, mas o empresário ficou satisfeito com o serviço. "Demorou um pouquinho, mas vale cada centavo", disse.

    Os hospitais São Luiz, Santa Catarina, Sabará e São Camilo também relatam aumento na procura.

    Levantamento feito pela Folha mostrou que, em 2015, o Estado de São Paulo tem mais de uma morte por dia por causa da dengue

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