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    Chacina deixa oito mortos em sede de torcida organizada do Corinthians

    MARTHA ALVES
    GIBA BERGAMIM JR.
    PAULA SAVIOLLI
    DE SÃO PAULO

    19/04/2015 02h43

    Oito homens morreram no final da noite deste sábado (18) em uma chacina na quadra da Pavilhão Nove, torcida organizada do Corinthians, na zona oeste de São Paulo. No momento do ataque, segundo a polícia, ocorria uma confraternização no local.

    Por ora, o delegado do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), Arlindo José Negrão Vaz, descarta a hipótese de briga de torcida na morte das vítimas na sede da torcida corintiana.

    Editoria de Arte/Folhapress

    A principal linha de investigação é que as mortes tenham algum tipo de ligação com o tráfico de drogas. Segundo a polícia, três dos mortos já responderam a inquéritos por roubo ou tráfico.

    Segundo relato de testemunhas à polícia, três homens invadiram a quadra da torcida, que fica embaixo da ponte dos Remédios, próximo à marginal Tietê, em São Paulo, por volta das 23h. Os assassinos mandaram as pessoas deitarem chão e atiraram contra a cabeça de sete delas, que morreram no local, segundo informações da Polícia Militar.

    Ainda segundo essas testemunhas, os três homens são brancos, vestiam jaquetas e não estavam encapuzados. Imagens de câmeras de segurança da região, segundo apuração inicial da polícia, mostram apenas algumas pessoas fugindo da sede da torcida, e não a entrada dos criminosos.

    Mydras Schmidt, a oitava vítima, foi baleado dentro da quadra da torcida, mas conseguiu fugir para a rua. Ele caiu em um posto de combustível e foi levado ao Hospital das Clínicas, onde morreu logo em seguida. Segundo a Polícia Civil, foram encontradas cápsulas de pistola 9 mm próximo aos corpos das vítimas.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Os oito mortos participavam de uma festa mensal chamada Quebrada Corinthiana. No momento do crime, a festa já estava acabando e a maioria dos participantes já tinha ido embora. O grupo estava se preparando para pintar novas bandeiras quando foi abordado pelos assassinos. As faixas estavam estendidas no chão para serem pintadas.

    A torcida foi fundada em setembro de 1990, numa homenagem de amigos corintianos ao time de futebol da casa de detenção do Carandiru. A entidade tem como símbolo a figura de um dos irmãos Metralha, personagens da Disney, e atua também como bloco carnavalesco.

    As mortes estão sob investigação do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa). O Corinthians enfrenta o Palmeiras neste domingo (19), às 16h, pela semifinal do Campeonato Paulista.

    VÍTIMAS

    Uma das vítimas é Fábio Neves Domingos, 34, conhecido como "Du Memo". Ele foi um dos torcedores corintianos detidos pela morte do jovem torcedor boliviano Kevin Douglas Beltrán Espada, 14, durante o jogo entre San José x Corinthians, em Oruro (a 230 km de La Paz), pela fase grupos da Taça Libertadores da América, em 2013.

    As demais vítimas são: Ricardo Júnior Leonel do Prado, 34, André Luiz Santos de Oliveira, 29, Matheus Fonseca de Oliveira, 19, Jhonatan Fernando Garzillo Massa, 21, Marcos Antônio Corassa Júnior, 19, Mydras Schmidt Rizzo, 38, e Jonathan Rodrigues do Nascimento, conhecido com "Edilsinho", 21.

    Editoria de Arte/Folhapress

    MORTES EM SÉRIE

    Chacinas e mortes em série têm sido comuns na cidade.

    Na noite da última quarta-feira (15), em meia hora, seis homens foram mortos e um ficou ferido em três ataques ocorridos na região de Parelheiros, periferia da zona sul de São Paulo. Um policial militar foi morto pela manhã numa área próxima.

    Embora as três ocorrências tenham sido próximas, a Secretaria da Segurança Pública afirmou que, como as investigações estão no início, "não é possível agora concluir se há relação entre elas".

    De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, 3 dos 7 baleados tinham passagem pela polícia –um por roubo e porte de arma, outro por lesão corporal e um terceiro por ato infracional de roubo e lesão corporal, quando era menor de idade.

    Recentemente, casos semelhantes de mortes em série também foram registrados no Campo Limpo (zona sul) e no Jaçanã (zona norte).

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