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    mosquito aedes aegypti

    Surto de dengue já provoca prejuízo a comerciantes e autônomos em SP

    THAIS BILENKY
    DE SÃO PAULO

    26/04/2015 02h00

    Não bastassem as dores, o incômodo e a preocupação, a dengue ainda tem trazido prejuízos financeiros consideráveis para vítimas da doença.

    Os dias não trabalhados deixam no vermelho profissionais autônomos ou donos do próprio negócio –e não há a quem recorrer, reclamam.

    Até 11 de abril deste ano já foram confirmados 20.764 casos da doença na capital paulista. Nessas horas, até bate uma vontade de ter carteira assinada, conta a psicóloga Lilian Nozzolillo, 36.

    Acometida pela doença por mais de uma semana, ela agradece por ter tido um feriado no período, minimizando o prejuízo.

    Joel Silva/Folhapress
    A psicóloga Lilian Nozzolillo, que sentiu falta do benefício do INSS ao contrair dengue
    A psicóloga Lilian Nozzolillo, que sentiu falta do benefício do INSS ao contrair dengue

    A psicóloga calcula ter deixado de ganhar R$ 600, 10% de sua renda mensal e quase o mesmo montante que desembolsa mensalmente com o convênio de saúde (R$ 680).

    "Até peguei atestado para comprovar para os meus pacientes que não estava mentindo, mas não adianta nada. As despesas e o azar são só meus", lamenta.

    No caso da gerente administrativa Shirlei Mazo, 36, a doença atacou por diferentes frentes. Sua mãe, adoentada, não tem conseguido cuidar da neta, obrigando-a a voltar para casa duas horas mais cedo do que de costume.

    Por outra frente, um funcionário faltou ao serviço após contrair dengue, deixando de obter R$ 5.000 ao dia para a distribuidora de fermentos de sua família, em Pirituba (zona norte de SP).

    "Vai nos atrapalhar na hora de fechar as contas. Estamos meio sem saber que direção tomar", relata Shirlei.

    Além do prejuízo financeiro, a dengue freou os ímpetos empreendedores de Rosângela Anunciado, 60.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Meses depois de abrir sua sorveteria, na Freguesia do Ó, na zona norte, ela precisou fechar as portas por dez dias –nos quais o calor teria acelerado as vendas, acredita.

    O faturamento cairá 30%, calcula. "No começo, tudo é difícil. Parar logo de cara não é nada bom", reclama.

    Rosângela queria ampliar os produtos oferecidos na loja, mas, por ora, suspendeu os planos. Ela estima que só no próximo verão será possível repor o prejuízo. "Meio que desanimei", diz.

    As contas da taxista Marisa de Sousa Oliveira, 45, estão atrasadas. Depois de duas semanas de cama, ela ainda não quis sentar para calcular o tamanho do prejuízo.

    Com um faturamento médio de R$ 200 por dia, a taxista diz que ainda não pôde pagar o cartão de crédito. E, para completar, seu filho, que ajuda com as contas, também ficou com dengue. Resultado: abril demorará a acabar.

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