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    mosquito aedes aegypti

    Em 3 meses, INSS registra mais de 300 trabalhadores afastados por dengue

    THAIS BILENKY
    DE SÃO PAULO

    26/04/2015 02h00

    O pico dos casos de dengue ainda deve se estender até maio, mas o número de trabalhadores afastados por causa da doença já é quase metade do total do ano passado, segundo o Ministério da Previdência Social.

    Nos três primeiros meses de 2015, 355 pessoas se afastaram do trabalho porque pegaram o vírus e tiveram os custos pagos pelo INSS –72% delas em São Paulo. Em todo o ano passado, foram 688.

    Segundo dados do Ministério da Saúde divulgados em março, São Paulo tem mais da metade dos casos de dengue do país (55%).

    Para o ministro Arthur Chioro, isso é resultado, em parte, da crise da água no Estado –a população armazenaria água muitas vezes sem a proteção necessária, formando criadouros do mosquito transmissor da dengue.

    Joel Silva/Folhapress
    A psicóloga Lilian Nozzolillo, que sentiu falta do benefício do INSS ao contrair dengue
    A psicóloga Lilian Nozzolillo, que sentiu falta do benefício do INSS ao contrair dengue

    Outra explicação apresentada por Chioro e pelo secretário estadual da Saúde, David Uip, é que o vírus está circulando em locais não afetados antes, atingindo pessoas sem anticorpos.

    O levantamento da Previdência Social só considera pessoas que ficaram mais de 15 dias afastadas, que era o prazo a partir do qual o INSS passava a custear a licença. Antes disso, o empregador arcava com o afastamento.

    Em março, o INSS aumentou o prazo para 30 dias.

    Como a recuperação da dengue costuma demorar de 5 a 15 dias, o número de pessoas que faltaram ao trabalho por causa da doença é provavelmente muito maior.

    Têm acesso ao benefício do INSS, entre outros, trabalhadores com carteira assinada e autônomos, como motoristas de táxi, vendedores ambulantes e diaristas que contribuem com a previdência.

    A psicóloga Lilian Nozzolillo, 36, autônoma que não contribui, sentiu falta do benefício quando ficou de cama e parou de trabalhar. "O que eu perdi não tem como repor."

    Editoria de Arte/Folhapress

    PREVENÇÃO

    De acordo com o INSS, o auge de pedidos de afastamento no ano passado se deu entre abril (93) e maio (131). Se a tendência se repetir em 2015, o número de pessoas ausentes do trabalho será ainda maior nas próximas semanas.

    Para evitar que isso aconteça, empresas vêm adotando medidas preventivas.

    É o caso do shopping Pirituba, localizado no bairro homônimo da zona norte de São Paulo, a mais afetada pelo vírus na cidade.

    Na semana passada, representantes da administração do local passaram de loja em loja com agentes da prefeitura para informar os funcionários sobre como se prevenir da doença.

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