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    mosquito aedes aegypti

    Com total de 222 mil casos, dengue bate recorde no Estado de SP

    JAIRO MARQUES
    DE SÃO PAULO

    27/04/2015 02h00

    O número de casos confirmados de dengue no Estado de São Paulo, até o dia 22 de abril, é o maior já registrado na série histórica disponível, iniciada em 1986.

    São 222.044 vítimas da doença em 645 cidades, segundo o último boletim do Centro de Vigilância Epidemiológica estadual, órgão que tabula os resultados, divulgado no final de semana.

    O recorde de contaminados pela doença era de 2013, quando 209.052 pessoas se infectaram durante o ano em todo o Estado. Em 2014, foram 204.236 confirmações.

    Outro resultado negativo próximo de ter o recorde batido na epidemia deste ano em São Paulo –são mais de 300 casos por 100 mil habitantes, o que configura situação epidêmica– é o número de mortes confirmadas.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Já são ao menos 125 óbitos contra 141 de 2010, ano com mortes por causa da doença no Estado, segundo dado do Ministério da Saúde.

    O agravante é que outras cerca de 90 mortes ainda estão tendo a causa de dengue checada em laboratório.

    Municípios do noroeste do Estado que tiveram surtos fortes da doença, como Bauru, Marília, Botucatu, Araçatuba e Bebedouro, que enfrentam a dengue desde janeiro, começam a ter uma desaceleração das confirmações.

    Por outro lado, a doença ainda segue em ritmo forte de contaminação em cidades da Baixada Santista, da Grande São Paulo e da região de Campinas, por exemplo.

    Editoria de Arte/Folhapress

    CONCENTRAÇÃO

    Trinta cidades paulistas, todas com mais de 1.200 confirmações de dengue, detêm 62% dos casos do Estado. Até meados de março, essa concentração era maior, 66%.

    Em números absolutos, Campinas, Sorocaba, São Paulo, Sumaré e Catanduva, todos com mais de 6.400 registros de infectados, são os municípios que somam mais doentes por dengue.

    Até o dia 20 de março, 169 cidades estavam imunes à dengue. O número desabou para 31 no último balanço.

    Pesquisadores e autoridades de saúde ainda não conhecem as razões para uma ação de ação do mosquito Aedes aegypti, mas a forte presença do vírus tipo 1 da dengue (um dos quatro existentes) neste ano, aliada à baixa imunidade de parte da população a esse sorotipo, é um dos fatores em análise.

    Diversas prefeituras do Estado, como a da capital, onde já há epidemia em 13 distritos, pediram auxílio de homens do Exército para ajudar na contenção dos focos da dengue. Cerca de 80% deles ficam dentro das casas.

    A Secretaria de Estado da Saúde montou uma operação de auxílio aos municípios para tentar controlar as contaminações. A pasta investiu R$ 6 milhões na contratação de novos agentes e na compra de equipamentos.

    O pico de infestação da dengue deve se dar agora, entre a última semana de abril e o começo de maio.

    Com menos chuvas e temperaturas mais baixas, as condições de proliferação do mosquito devem minguar.

    Em fase final de testes, a perspectiva é que, até o ano que vem, o país passe a contar com uma vacina eficaz contra os quatro sorotipos do vírus da dengue.

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