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    Professores estaduais de SP em greve pedem ajuda à Justiça

    FÁBIO TAKAHASHI
    DE SÃO PAULO

    01/05/2015 02h00

    Aprovada há 50 dias, a greve dos professores das escolas paulistas vive um impasse. O governo não apresenta uma contraproposta, e o sindicato mantém a exigência de reajuste salarial de 75%.

    Em assembleia nesta quinta (30), os docentes decidiram manter a paralisação, que atinge parcialmente a rede de 4 milhões de estudantes.

    A próxima reunião entre os grevistas e o governo Geraldo Alckmin (PSDB) está marcada apenas para o dia 13 de maio. Dessa forma, a Apeoesp (sindicato docente) solicitou a mediação da Justiça.

    O sindicato informou também que o Tribunal de Justiça agendou uma audiência, na próxima quinta (7), para tentar uma conciliação.

    A reportagem não conseguiu confirmar a audiência com o Judiciário.

    PRECIPITAÇÃO

    Segundo o governo, apenas 5% dos docentes faltaram ao trabalho nesta semana. Para o sindicato, porém, a adesão está entre 50% e 52%.

    Do lado da Secretaria da Educação do Estado, a argumentação é que haverá política de valorização salarial, mas não no calendário imposto pelo sindicato.

    Segundo a pasta, a greve foi "precipitada", com motivação partidária. O sindicato é filiado à CUT, ligada ao PT.

    A secretaria, porém, não informou quando fará essa proposta de reajuste -o piso salarial do professor em São Paulo é de R$ 2.415,89 (26% acima da média nacional).

    O governo estadual ressaltou também que, dos seis sindicatos da categoria, cinco não aderiram à paralisação. A Apeoesp, porém, tem mais filiados que os demais.

    A gestão Alckmin diz que, apesar da situação financeira desfavorável, pagará neste ano R$ 1 bilhão em bônus aos docentes, esforço não reconhecido pelos grevistas.

    Já para a presidente do sindicato, Maria Izabel Noronha, o governo é "intransigente", por isso a greve se estende.

    "Se não conseguem dar os 75%, conseguem quanto? O que não podemos é ficar nessa situação, de reajuste zero."

    EQUIPARAÇÃO

    O índice de aumento reivindicado tem como base estudo do sindicato que buscou calcular a diferença salarial entre os professores da rede e os demais profissionais do Estado com ensino superior.

    Para esse levantamento, a entidade utilizou dados da Pnad, levantamento do IBGE.

    Essa equiparação salarial consta no Plano Nacional de Educação, aprovado pelo Congresso ano passado, que dá prazo até 2020 para o cumprimento dessa meta.

    Em levantamento próprio, reportagem da Folha estimou que o reajuste necessário para equiparação estaria próximo dos 60%, considerando a média de todos os docentes.

    O governo, por sua vez, contesta a defasagem. Afirma que, para os professores com carga semanal de 40 horas, a média salarial é de R$ 4.416, apenas 1% inferior à média da população do Estado com ensino superior.

    O governo, porém, não informa quantos docentes possuem essa carga horária (que se assemelha à média da população do Estado).

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