• Cotidiano

    Thursday, 02-May-2024 15:28:49 -03
    Crise da água

    Nível do Cantareira cai, mas maio deve registrar chuva em torno da média

    DE SÃO PAULO

    06/05/2015 10h27

    Após se manter estável por três dias consecutivos, o nível do Cantareira, o maior da Grande São Paulo e em situação mais crítica, caiu nesta quarta-feira (6). O mês de maio teve dias de pouca chuva: até esta quarta (6), houve apenas 4,6 mm de precipitação em vista de um esperado de 78,2 mm para o mês de maio.

    Segundo balanço da Sabesp, o sistema Cantareira recuou 0,1 ponto percentual e opera com 15,2% de sua capacidade. O sistema abastece 5,3 milhões de pessoas na zona norte e partes das zonas leste, oeste, central e sul da capital paulista –eram cerca de 9 milhões antes da crise da água. Essa diferença passou a ser atendida por outros sistemas.

    De acordo com o meteorologista da Climatempo, Alexandre Nascimento, o Estado de São Paulo receberá ainda no mês de maio duas frentes frias, que provocarão chuvas. A primeira deve chegar entre o domingo (10), Dia das Mães, e a segunda (11). A segunda virá mais próxima do fim do mês.

    É esperado que o domingo seja chuvoso, com um total de 23 mm até o fim do dia. Na segunda deve chover 10,9 mm. De acordo com Nascimento, com as chuvas do final do mês (trazidas pela outra frente fria), a média mensal de maio não deve diferir muito da média histórica.

    O ano de 2005 foi o último a registrar em maio chuvas que superassem a média histórica do mês, de 78,2 mm.

    Meteorologicamente, a queda de temperatura é que deve ser a grande novidade, já que maio deve ser bem diferente do quente mês de abril. "De qualquer forma, mesmo que chova a média ou um pouco abaixo da média, a chuva que cair não fará diferença nenhuma para aumentar o volume do Cantareira", diz Nascimento.

    MEDIÇÃO

    O percentual usado agora tem como base a quantidade de água naquele dia e a capacidade total do reservatório, de 1,3 trilhão de litros e que inclui o volume útil (acima dos níveis de captação) e as duas cotas do volume morto (reserva do fundo das represas, captadas com o auxílio de bombas).

    Até então, o índice considerava o volume morto apenas na quantidade disponível, e não na capacidade total –sem ele, o sistema tem capacidade de 1 trilhão de litros de água. Essa é uma das três metodologias que a Sabesp usa atualmente para divulgar o volume do reservatório.

    Além do Cantareira, mais dois reservatórios também recuaram em seu armazenamento de água: Guarapiranga e Rio Grande.

    Para preservar o Cantareira, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) não quer usar no período seco, que vai até outubro, o segundo volume morto do reservatório. A retirada de água, hoje em 15 mil litros por segundo, cairá para 10 mil litros, o que deixará mais áreas com torneiras secas. Hoje há casas que ficam até 20 horas diárias sem água.

    arte

    REAJUSTE

    A conta de água ficará 15% mais alta em São Paulo. A Sabesp poderá aplicar o reajuste após o aval da Arsesp, agência reguladora de saneamento. Ele vigorará 30 dias após a publicação no "Diário Oficial" do Estado.

    A porcentagem está abaixa da pedida pela empresa do governo Alckmin (PSDB), 22,7%, mas bem acima da inflação de 4,63% desde o aumento anterior, em dezembro de 2014.

    OBRAS ATRASADAS

    O governo Geraldo Alckmin (PSDB) adiou mais uma vez a data prevista de entrega da principal obra para evitar um rodízio de água na Grande São Paulo em 2015.

    A ligação entre o sistema Rio Grande (braço limpo da represa Billings) com o manancial do Alto Tietê estava inicialmente prevista para entrar em operação parcial já neste mês, conforme promessa de fevereiro do tucano. Contudo, Alckmin estimou nesta segunda (4) a inauguração para setembro.

    Quando concluída, a obra contará com 11 km de novas adutoras e levará 4.000 litros de água por segundo de um sistema para o outro. Esse volume extra de água dará ao Alto Tietê, no extremo leste da Grande SP, um fôlego suficiente para ceder parte de sua água para o sistema Cantareira, o maior da região metropolitana e hoje em situação mais crítica.

    Editoria de Arte/Folhapress

    OUTROS RESERVATÓRIOS

    Além do Cantareira, mais dois reservatórios também recuaram em seu armazenamento de água: Guarapiranga e Rio Grande.

    O nível da represa de Guarapiranga, que fornece água para 5,2 milhões de pessoas nas zonas sul e sudeste da capital paulista, opera com 81,1% de capacidade após recuar 0,1 ponto percentual. Já o Rio Grande, que atende a 1,5 milhão de pessoas, recuou 0,4 ponto percentual e opera nesta quarta com 94,6% de capacidade.

    O nível do sistema Alto Tietê, que abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo, opera com 22,5% de sua capacidade –mesmo índice registrado no dia anterior. No dia 14 de dezembro, o Alto Tietê passou a contar com a adição do volume morto , que gerou um volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo).

    O reservatório de Alto de Cotia, que fornece água para 400 mil pessoas, avançou 0,2 ponto percentual e opera com 65,5% de sua capacidade. Já o de Rio Claro, que atende a 1,5 milhão de pessoas, passou de 51,2% para 51,4%.

    A medição da Sabesp é feita diariamente e compreende um período de 24 horas: das 7h às 7h.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024