Uma inundação atingiu 117 casas no Amapá depois da operação de abertura de uma espécie de barragem provisória de uma hidrelétrica em construção.
Na cidade de Ferreira Gomes, a 137 quilômetros da capital, Macapá, cerca de 600 pessoas tiveram de ser retiradas de casa e o fornecimento de energia foi parcialmente interrompido.
Desde quinta-feira (7), o nível do rio Araguari subiu e invadiu as principais ruas da cidade. A prefeitura decretou situação de emergência e a Defesa Civil do Amapá foi acionada para dar suporte às famílias.
Ninguém ficou ferido.
As famílias começaram a retornar para suas casas nesta sexta-feira (8), quando a água do rio recuou um pouco. Grande parte delas, contudo, perdeu móveis e eletrodomésticos.
A Prefeitura de Ferreira Gomes montou um gabinete de crise para centralizar ações de órgãos municipais, da Defesa Civil Estadual e do Ministério Público do Amapá.
Nesta sexta, o governador do Amapá, Waldez Góes (PDT), visitou a cidade para prestar solidariedade aos desabrigados.
JOGO DE EMPURRA
A inundação de parte da cidade começou após uma operação de abertura da ensecadeira da hidrelétrica que está sendo construída pela Energia Cachoeira Caldeirão, consórcio capitaneado pela EDP Energia.
O consórcio Caldeirão Grande afirma que realizou a abertura da ensecadeira de forma programada e alega que o aumento no volume de água não seria suficiente para inundar as casas.
Por outro lado, executivos de outras empresas que operam barragens na região –como a Ferreira Gomes Energia– alegam que não foram avisados do aumento do fluxo de água e não adequaram a abertura de suas comportas.
Em nota, a empresa Ferreira Gomes Energia (FGE) informou que aguarda emissão de laudo técnico para se pronunciar sobre o ocorrido.
O governo do Amapá também informou que não foi avisado da abertura da "ensecadeira" da hidrelétrica em obras.