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    Rachaduras em prédio ameaçam moradores de condomínio na zona sul

    PEDRO CRAVEIRO
    DO "AGORA"

    20/05/2015 02h00 - Atualizado às 11h18

    Rachaduras gigantes, pelas quais é possível passar um braço inteiro. Piso esburacado e desnivelado, inacessível para cadeirantes. Um prédio interditado pela Defesa Civil. Nessas condições sobrevivem os cerca de 150 moradores do condomínio Guarapiranga, vizinho ao terminal de ônibus de mesmo nome, na estrada do M' Boi Mirim, na zona sul de São Paulo.

    A construção começou na gestão Marta Suplicy (2001-2004) e foi entregue em junho de 2005 pelo então prefeito José Serra (PSDB). À época, o custo da obra foi de R$ 2,2 milhões.

    Entregue há dez anos, o prédio, encomendado pela prefeitura, foi interditado pela Defesa Civil no dia 3 de março deste ano. No entanto, sem opção, as famílias continuam morando no prédio, de três andares.

    Antigas moradoras da favela Ferreira Viana, uma área de risco na mesma região, elas mudaram para o prédio em 2005, e agora enfrentam riscos como antes. Cada família paga R$ 60 de prestação à prefeitura. O prédio foi construído em um terreno que pertencia à SPTrans (empresa que gerencia o transporte municipal).

    A dona de casa Maria de Lourdes Pocaia, 56 anos, conta que os problemas estruturais começaram ainda na época da inauguração, e revela o martírio dos vizinhos em busca de uma solução.

    "Já falamos com todo mundo. SPTrans, Subprefeitura do M'Boi Mirim, Secretaria Municipal da Habitação. Ninguém resolve nada. Há alguns anos já havia muitas rachaduras e saímos do prédio, com auxílio-aluguel. Voltamos com a promessa de que tudo estaria resolvido, mas logo depois os buracos apareceram de novo", afirma a dona de casa.

    Como última saída, os moradores colocaram uma faixa no edifício em que pedem ajuda. "Socorro! Socorro! Socorro! Esse prédio está caindo e a prefeitura não faz nada", diz a mensagem.

    OUTRO LADO

    A SPTrans, dona do terreno onde o prédio foi construído, afirmou em nota que contratou uma empresa para fazer laudos técnicos das condições do condomínio Guarapiranga. Assim, disse, serão definidas as providências a serem tomadas.

    A previsão é que os laudos sejam concluídos em junho. A empresa confirmou ter encomendado a obra em 2003, na gestão da ex-prefeita Marta Suplicy (PT), e entregue para as famílias em 2005, já na administração José Serra (PSDB). Ela fazia parte de um pacote para região que incluiu a construção do corredor de ônibus Guarapiranga.

    A Secretaria Municipal da Habitação afirmou que se reuniu com a SPTrans e vai procurar as famílias nos próximos dias para auxiliá-las.

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