A Polícia Federal prendeu 15 pessoas na manhã desta quinta-feira (21), na região de Campinas (a 93 km de São Paulo), sob suspeita de integrarem uma quadrilha especializada em roubo de cargas.

A ação faz parte da operação Jammer, que cumpriu 24 mandados de prisão e 20 de busca e apreensão, no total, contra esse tipo de crime.

Segundo a polícia, os criminosos roubavam alimentos –carnes, chocolates e café– de grandes fabricantes. Do começo do ano até agora, foram registrados dez roubos desse tipo de carga e um prejuízo estimado em R$ 6 milhões.

	Denny Cesare - 14.mai.2015/Codigo 19
	Parte da carga de componentes eletrônicos roubada em Campinas (SP)

Entre os presos está um homem que fabricava placas de veículos. A polícia e o Ministério Público investigam a participação de empresas credenciadas pelos órgãos públicos para a fabricação do material.

Na casa dele, foram encontrados uma prensa e objetos para fazer as placas, usadas para dificultar a identificação dos carros utilizados pela quadrilha. Funcionários de transportadoras e empresários receptadores também são investigados.

Outros nove criminosos, segundo a polícia, já tinham sido presos desde fevereiro, por outros crimes. Antes de serem encaminhados à Cadeia Pública de Campinas, eles prestaram depoimento.

"Os presos integravam uma rede especializada em roubo de carga, formada por informantes, os executores do crime e empresários que vendiam os produtos", disse o delegado-chefe da PF em Campinas, Sebastião Augusto de Camargo Pujol.

De acordo com ele, os criminosos podem responder pelos crimes de roubo, formação de quadrilha, receptação, financiamento de organização criminosa e adulteração de chassi de veículo automotor.

Segundo a corporação, as investigações começaram em fevereiro deste ano, a partir de vários roubos nas rodovias da região que seguiam o mesmo procedimento.

A polícia também investiga a ação de outras quadrilhas especializadas em roubos de eletrônicos. Na semana passada, uma carga de componentes eletrônicos da Samsung, avaliada em R$ 800 mil, foi roubada durante uma ação cinematográfica próximo à rodovia Anhanguera. Ninguém foi preso até agora.

O nome da operação foi dado porque a organização utilizava bloqueadores de sinais de rastreadores, conhecidos como jammers, para inibir o monitoramento dos veículos de carga roubados.