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    Crise da água

    SP diz que desperdício em prédios da gestão Alckmin é 'injustificável'

    DE SÃO PAULO

    01/06/2015 02h00

    A Secretaria de Estado do Planejamento classificou como injustificável o aumento do consumo de água em dois dos prédios em que funcionam secretarias estaduais e empresas estatais paulistas.

    Segundo nota enviada à Folha, o aumento das contas de água "contraria a determinação do governo a todos os gestores".

    A secretaria informou ainda que "novos administradores já estão adotando medidas cabíveis para que esse fato não se repita".

    A pasta informou ainda que pedirá a revisão de suas contas na Sabesp.

    EXCESSO

    A Secretaria do Planejamento se recusou a responder se pagou a sobretaxa nas contas com excesso ou se recorreu. Nos três prédios em que a Folha identificou aumento de consumo de água, o governo do Estado apresentou justificativa apenas para um dos casos, o Cidade 4.

    Segundo a Secretaria do Planejamento, o aumento no gasto de água nesse local resulta de uma ocupação adicional por 500 novos funcionários que antes trabalhavam em outros endereços.

    Entre as mudanças apontadas, estariam a inauguração da central de atendimento da Defensoria Pública do Estado e a ida para o prédio da Prodesp (central de tecnologia da informação de São Paulo), da sede da CPTM e da "Companhia de Docas de São Sebastião".

    A secretaria diz que essas alterações fizeram com que o prédio passasse a atender a um público estimado de 630 pessoas por dia. "Como o perfil de consumo do prédio foi calculado antes dessa ocupação, é óbvio que a meta de consumo estabelecida pela Sabesp está aquém da realidade", diz a pasta em nota.

    Segundo as regras da Sabesp, mudanças no padrão de consumo como estas servem como justificativa para que o imóvel não seja punido com o pagamento de sobretaxas, caso aumente o gasto de água.

    TENTATIVA E FRACASSO

    A Folha apurou que houve uma tentativa, mesmo que fracassada, da administração dos prédios em diminuir o consumo de água.

    Agentes da companhia chegaram a montar planilhas e gráficos com os consumos mensais de cada um dos hidrômetros dos prédios. Segundo diretrizes, cópias de fotos dos hidrômetros deveriam ser registradas nos dias da medição.

    Além disso, em dezembro de 2014, a companhia contratou uma fornecedora de arejadores de torneiras, ao custo de quase R$ 15 mil para os 3 prédios.

    Outro contrato de quase 85 mil reais foi feito para contratar um fornecedor de dispositivos que controlassem a vazão de água de descargas dos prédios. O objetivo era reduzir as contas, o que em vários meses não ocorreu.

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