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    Funcionários das linhas 7, 10, 11 e 12 da CPTM decidem entrar em greve

    DE SÃO PAULO

    02/06/2015 20h17

    Funcionários de quatro das seis linhas da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) decidiram entrar em greve por aumento salarial a partir da 0h desta quarta-feira (3). Segundo sindicatos, a paralisação será de 24 horas.

    Em assembleias realizadas pelos sindicatos que representam trabalhadores das linhas 7-rubi, 10-turquesa, 11-coral e 12-safira foram descartadas as propostas de reajuste oferecidas pela empresa, controlada pelo governo estadual.

    Os trabalhadores das linhas 8-diamante e 9-esmeralda decidiram não aderir à paralisação e afirmam que irão trabalhar normalmente nesta quarta. Mas eles também não aceitaram as propostas da empresa e mantiveram o estado de greve (em que avisam Justiça e CPTM sobre a possibilidade de greve).

    Editoria de Arte/Folhapress

    Em tentativa de conciliação no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 2ª Região, na tarde desta terça-feira (2), representantes da CPTM fizeram duas propostas : a primeira de conceder reajuste de 7,72% nos salários e de 10% nos benefícios e a segunda de reajuste de 8,25% nos salários e benefícios.

    O TRT sugeriu à empresa elevar a segunda proposta para 8,5%, mas o percentual não foi aceito e a reunião terminou sem acordo. Os trabalhadores pedem reajuste salarial de 9,29%.

    A inflação acumulada desde o último reajuste foi de 6,65%, segundo o IPC/Fipe.

    "Faltou muito pouco para um acordo, mas a empresa não cedeu. Vamos para a greve porque continuamos sendo tratados como categoria de segunda classe no sistema metroferroviário", disse o presidente do Sindicato dos Ferroviários de São Paulo, Eluiz Matos.

    Mesmo sem acordo, o tribunal pediu na reunião que os trabalhadores não entrassem em greve até uma nova tentativa de conciliação marcada para o dia 11.

    Uma decisão liminar (provisória) concedida na semana passada pelo vice-presidente judicial do TRT-2, desembargador Wilson Fernandes, determina que seja respeitado um contingente mínimo de trabalhadores em operação em caso de greve.

    A decisão determina que 90% dos maquinistas e 70% dos demais funcionários trabalhem nos horários de pico (das 4h às 10h e das 16h às 21h) e que 60% dos total de funcionários atuem nos demais períodos.

    Matos diz que a decisão vale para funcionários e para a empresa, e que os trabalhadores estão à disposição da CPTM para discutir como cumprir a determinação. Os sindicatos agendaram novas assembleias para as 14h desta quarta para discutir a paralisação.

    "IRRESPONSÁVEL"

    Em nota, a CPTM diz considerar a decisão de entrar em greve "irresponsável".

    "A decisão vai contra a recomendação da Justiça de continuar as negociações sem paralisação dos serviços até o próximo dia 11 de junho, quando haverá nova reunião no TRT. Embora respeite o direito de greve, a CPTM ressalta que a paralisação do sistema prejudicará quase 3 milhões de usuários que utilizam diariamente a rede da CPTM para chegar ao trabalho, a escola, ao médico, a rede hospitalar, entre outros inúmeros compromissos assumidos, confiando sempre no serviço prestado pela companhia."

    A SPTrans, que gerencia os ônibus da capital, informou que será acionado o Paese (plano de emergência) e as linhas que circulam por ramais da companhia serão reforçadas.

    A CPTM tem cerca de 8.800 funcionários nas seis linhas de trem na região metropolitana. O último reajuste da categoria, que tem data-base em março, aconteceu em maio do ano passado e foi de 7,5%. Na ocasião, o acordo com os funcionário foi fechado no dia anterior ao marcado para iniciar uma greve.

    METRÔ

    Na segunda, os metroviários fecharam acordo de reajuste salarial com o Metrô, o que evitou a paralisação da categoria nesta terça. Pelo acordo, também feito em reunião no TRT, ficou definido o reajuste de 8,29%, além de 10% nos benefícios vale-refeição e vale-alimentação.

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