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    Aos 60, hospital Albert Einstein lança serviço de terapia a distância

    CLÁUDIA COLLUCCI
    DE SÃO PAULO

    07/06/2015 02h00

    Ao completar 60 anos nesta segunda (8), o hospital Albert Einstein lança um serviço inédito de terapia on-line para quem deseja parar de fumar, beber ou usar drogas.

    O primeiro programa é destinado aos tabagistas. Tem duração de 12 semanas e exige que ao menos duas das consultas psiquiátricas e psicológicas sejam presenciais.

    A maior parte do atendimento psicológico (11 sessões) será a distância. A terapia on-line tem aval do Conselho Federal de Psicologia.

    O Einstein lançará um serviço semelhante a alcoólatras e dependentes químicos e estuda ampliar a terapia a distância a pacientes oncológicos e que fizeram cirurgias bariátricas, segundo Ana Merzel Kern, coordenadora do serviço de psicologia.

    Ernesto Rodrigues/Folhapress
    Aos completar 60 anos, hospital Albert Einstein lança serviço de terapia a distância
    Aos completar 60 anos, hospital Albert Einstein lança serviço de terapia a distância

    O programa antitabagismo já existia no hospital na forma presencial, mas o índice de desistência era de 50%.

    "Muitos pacientes que residem fora de São Paulo ou mesmo na capital, mas distante do hospital [que fica no Morumbi, na zona oeste], acabavam desistindo", diz.

    Para a terapia on-line, é preciso instalar no computador (ou tablet) uma plataforma semelhante ao Skype.

    No projeto piloto, com dez pacientes, todos pararam de fumar ou reduziram o número de cigarros, segundo Ana. Além da terapia, eles usaram medicamentos controlados.

    Pelo programa, o paciente tem direito a mais duas consultas psiquiátricas presenciais. O tratamento custa em torno de R$ 2.500.

    Para a cardiologista Jaqueline Issa, responsável pelo programa de antitabagismo do Incor (Instituto do Coração), o atendimento on-line pode facilitar o acesso do paciente ao serviço, mas ela considera "cruciais" consultas médicas presenciais na segunda e quarta semanas- após o início do tratamento- para ajustes da medicação e dosagem do monóxido de carbono no organismo.

    O Einstein também é pioneiro no país em telemedicina. Em 1999, fez a primeira cirurgia com transmissão de dados para outros Estados. Hoje usa o recurso para segunda opinião, videoconferências e capacitação.

    TELEMEDICINA

    Em parceria com o Ministério da Saúde, 15 hospitais públicos estão ligados à telemedicina do Einstein, com foco nos prontos-socorros e UTIs, especialmente nas áreas de trauma, derrames, infarto e sepse. Já são 3.821 atendimentos a distância.

    Há médicos 24 horas por dia que realizam, em tempo real, os atendimentos à distância. O serviço já foi usado para atender vítimas do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), e na epidemia de dengue em São Paulo.

    Segundo Milton Steinman, coordenador da telemedicina, com o serviço, é possível transferir conhecimento a regiões remotas e sem recursos humanos e tecnológicos. "Para o paciente é o melhor dos mundos. Ter um diagnóstico correto, na hora que precisa."

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