O governador Geraldo Alckmin (PSDB) pagou um aditivo de R$ 20 milhões ao consórcio responsável pelas obras de duas estações da linha 4-amarela do metrô de São Paulo, que devem ser entregues em 2016. A previsão inicial era de que toda a linha ficasse pronta em 2010.

Segundo Alckmin, o aditivo foi a solução encontrada para terminar duas das quatro estações que ainda faltam para finalizar a primeira linha do Metrô com concessão privada no Estado. A estação Mackenzie-Higienópolis ficará pronta entre maio e junho de 2016 e a Oscar Freire deverá ficar pronta em setembro do ano que vem.

O consórcio Isolux Córsan-Corviam é o mesmo grupo que, segundo a administração paulista, desde o ano passado reduziu o número de funcionários, de equipamentos e de insumos para conclusão das obras. As empresas espanholas passam por grave crise financeira.

"Nossa posição sempre foi de rescindir [o contrato original]. Nós temos um financiamento do BID [Banco Interamericano de Desenvolvimento]. E o banco insistiu muito para que se buscasse um entendimento para que a obra continuasse (...) Geralmente se tem o costume de elogiar empresa privada e falar mal da empresa estatal. Mas tem muita empresa estatal boa e tem muita empresa privada muito ruim e quebrada, empresas que se aventuram a fazer obras e quebram", disse Alckmin em coletiva nesta segunda-feira (8).

O governador justificou o pagamento do aditivo à licitação como alterações no projeto que exigiam mais obras. Ele, no entanto, não explicou quais mudanças no projeto seriam essas.

Alckmin disse ainda que as outras duas estações que estão previstas para serem feitas, Vila Sônia e Morumbi, passarão por um novo processo licitatório, já que a empresa "não tem condição de terminar a obra", segundo o próprio governador. A licitação deverá sair em julho deste ano.

	Adriano Vizoni/Folhapress (out.2014)
	Estação Fradique Coutinho, da linha 4-amarela que foi entregue no final de 2014, com atraso

PROBLEMAS FEDERAIS

No meio da coletiva de imprensa durante a inauguração de uma obra em uma estação de água na cidade de São Paulo, o governador aproveitou para falar de temas do âmbito federal. Quando questionado sobre a previsão de entrega da linha 18 do Metrô, que deverá ligar São Paulo a São Bernardo do Campo, o governador cobrou que o governo federal libere o financiamento de contratos já assinados.

"Nós temos dois contratos de PPP, o da linha 6 e da linha 18 que só dependem do 'ok' do Ministério da Fazenda", disse Alckmin.

Alckmin aproveitou a deixa para comentar um novo pacote do governo federal de concessões. Segundo Alckmin, o governo federal deveria priorizar o comércio exterior, aproveitando a moeda desvalorizada, e o setor de infraestrutura e logística, que gera empregos. Alckmin criticou também o chamado 'custo Brasil' e as estimativas de baixo crescimento do PIB nacional.