• Cotidiano

    Sunday, 12-May-2024 15:20:55 -03

    Evento no RS reúne entusiastas de extraterrestres e discos voadores

    FELIPE BÄCHTOLD
    DE PORTO ALEGRE

    15/06/2015 02h00

    Em um hotel luxuoso de Porto Alegre, cerca de 500 pessoas passaram este sábado (13) e domingo (14) em um dos salões dividindo experiências sobre contatos com seres de cabeças ovais, naves de altíssima tecnologia e suas visões de luzes ofuscantes.

    Entre os relatos, profecias de tragédias como a do 11 de Setembro e a revelação de terem sido cobaias de experiências em discos voadores.

    Os depoimentos, dados sempre em tom de formalidade, faziam parte do 3º Fórum Mundial de Contatados, Abduzidos e Testemunhas, que reuniu entusiastas de ufologia de todo o Brasil e palestrantes de outros países.

    Os ingressos para as conferências custavam mais de R$ 300. No auditório, foi preparada decoração com bonecos de alienígenas e lojas com souvenires de casos que geraram repercussão, como o do ET de Varginha (MG) –que teria sido apreendido em 1996 por militares na cidade, em episódio nunca esclarecido.

    Uma das atrações mais aguardadas foi a americana apresentada como bisneta do ex-presidente dos EUA Dwight Eisenhower (1953-61). Laura Eisenhower veio ao Brasil para tratar da tese de que o político se encontrou com extraterrestres.

    Outro destaque foi o locutor de rodeios Waldemar Ruy Asa Branca dos Santos, o Asa Branca. Ele descreveu a noite em que diz ter sido "sugado" por uma nave no interior de São Paulo e contou que desconfia que tem um chip implantado sob a pele.

    "Eles sabem quem você é e sabem quem os monitora. Eu comprei uma câmera para tirar fotos, mas eles sempre me pegam sem a câmera, é algo incrível", disse, durante palestra, o vaqueiro argentino Juan Oscar Pérez.

    Um major da Polícia Militar do Ceará, que diz avistar os óvnis com frequência, afirmou que poucos são contatados porque "raramente as pessoas tiram um minuto por dia para olhar para o céu".

    Na plateia, estavam curiosos, entusiastas que misturam ufologia com espiritualidade e alguns jovens.

    "Aqui há um contexto mais racionalista-científico, menos dogmático, sem santos. Faz mais sentido para entender algumas coisas que você passa", diz a empresária Cláudia Marangon, 47, de São Paulo.

    PRECONCEITO

    Entre o público, nem todos diziam já ter visto ETs, mas muitos reclamavam do preconceito contra quem se interessa pelo tema.

    "Não consigo imaginar como alguém consegue ser cético em 2015. Uma nave [uma sonda] já pousou em um asteroide e um cara vem me dizer que não existe disco voador?", protestou o organizador, Ademar José Gevaerd, 53.

    Ele é editor de uma revista especializada em ufologia e afirma que descobriu por meio de hipnose que já foi abduzido enquanto dormia.

    Segundo Gevaerd, a estrutura oferecida na conferência mundial, como equipes de tradução simultânea e apoio do hotel, proporciona credibilidade à causa.

    A terapeuta Eny Michelin, 67, de Cachoeirinha (RS), afirma que já passou por experiência de abduções, mas diz que é algo muito particular para ser relatado em público. "Acredito no que falam [nas palestras]. Quando alguém conta algo muito diferente, dá para perceber o que é fantasia. Mas até agora não teve fantasia nenhuma", diz.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024