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    Rio de Janeiro

    Promotor pede absolvição de menores por crime em lagoa do Rio

    DO RIO

    18/06/2015 17h28

    O Ministério Público do Rio de Janeiro pediu à Justiça nesta quarta-feira (17) a absolvição de dois adolescentes, de 15 e de 16 anos, que se entregaram à polícia afirmando que participaram do assalto que resultou na morte médico Jaime Gold, na lagoa Rodrigo de Freitas, na zona sul da cidade.

    O assassinado de Gold, 57, em maio deste ano, ganhou repercussão internacional. Ele estava de bicicleta na pista de lazer da lagoa quando foi abordado por duas pessoas em frente ao centro náutico do Botafogo. Ele foi esfaqueado no abdômen e no braço e morreu horas depois. Os bandidos fugiram com a bicicleta.

    A Promotoria afirma não haver provas que ratifiquem as duas confissões e pediu a aplicação de medida socioeducativa só ao primeiro dos três jovens apreendidos –um adolescente de 16 anos, que sempre negou participação.

    A apresentação dos outros dois, que alegaram inocência do primeiro, levou a polícia a reabrir as investigações. Agora, a Promotoria diz não haver mais contradições no processo e descartou a necessidade de uma acareação.

    O pedido da Promotoria foi baseado no reconhecimento do primeiro adolescente pela testemunha do fato, em depoimentos dos policiais responsáveis pela investigação e imagens captadas pela câmera do posto de gasolina próximo ao local. O processo tramita sob sigilo.

    A juíza da 2ª Vara da Infância e Juventude terá um prazo de 10 dias para proferir a sentença. A medida socioeducativa prevista é de internação pelo prazo máximo de três anos.

    DEPOIMENTO DOS MENORES

    Em depoimento dado em junho pelos três adolescentes apreendidos sob suspeita de esfaquear e matar Gold na lagoa Rodrigo de Freitas, um dos jovens foi inocentado.

    Inicialmente apontado como suspeito, o menor –o único apreendido pela polícia– não participou do crime, disseram os outros dois jovens que se entregaram. Um deles havia até incriminado o adolescente, mas mudou a versão durante audiência.

    A apreensão do terceiro menor provocou uma reviravolta no caso que já havia sido dado como encerrado pela Divisão de Homicídios da Polícia Civil. Segundo os agentes, os dois primeiros suspeitos haviam cometido o crime.

    Segundo a polícia, o primeiro menor foi apreendido após ser reconhecido por uma testemunha. Ele, no entanto, nega que tenha participado do crime. O segundo menor se apresentou à polícia após confessar o crime para a mãe.

    Já o terceiro suspeito, que se apresentou na madrugada do dia 2, afirmou que participou do crime com o segundo menor, descartando a participação do primeiro. Ele afirma que foi responsável pela compra da faca e depois pelo descarte. Mas também nega ter der dado as facadas em Gold.

    Advogado do primeiro menor, Alberto Júnior disse que o momento é de aguardar as investigações. "Estamos esperando o julgamento do habeas corpus, e só vamos definir novos passos após o resultado."

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