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    Simulador mostra prejuízos e ganhos se carros fossem trocados por ônibus

    ANDRÉ MONTEIRO
    ENVIADO A SANTOS

    25/06/2015 18h53

    O que aconteceria se uma parte das pessoas deixasse o carro em casa e passasse a usar ônibus, andar a pé ou de bicicleta?

    Um simulador virtual lançado nesta quinta-feira (25) no Congresso Brasileiro de Transporte e Trânsito, da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), tenta responder à pergunta.

    A ferramenta estima o impacto de mudanças no uso de diferentes meio de transporte nas maiores cidades do país (acima de 60 mil habitantes).

    São consideradas cinco itens: tempo de deslocamento, consumo de espaço viário, gasto de energia, emissão de poluição local e de gases do efeito estufa.

    Em São Paulo, por exemplo, se metade dos usuários de automóvel decidisse usar ônibus haveria um prejuízo e quatro ganhos.

    O lado ruim seria um aumento de 7% no tempo de deslocamento –mesmo nas congestionadas vias paulistanas, os carros são, em média, mais ágeis do que os veículos coletivos.

    Mas a mudança de meio de transporte traria diversos benefícios à cidade: redução de 25% na emissão de poluentes locais, como monóxido de carbono, hidrocarbonetos, óxidos de nitrogênio e material particulado, e de 19% na emissão de gases do efeito estufa, como o gás carbônico.

    A poluição local é apontada por cientistas como responsável por agravar doenças respiratórias, por exemplo, e como fator contribuinte de milhares de mortes todos os anos na cidade. Já o efeito estufa contribui para as mudanças climáticas que prejudicam todo o planeta.

    Além desses ganhos de saúde e meio ambiente, o simulador aponta que haveria resultado econômico direto à sociedade, pois a energia necessária para movimentar as pessoas em ônibus seria 32% menor do que em carros particulares.

    Por fim, o espaço viário necessário nas viagens seria reduzido em 39%. "O espaço liberado poderia ser usado, por exemplo, para o alargamento de calçadas e a implantação de ciclovias ou corredores de ônibus", afirmou o consultor Eduardo Vasconcellos, assessor técnico da ANTP que coordenou o trabalho.

    Os dados usados na conta fazem parte do Sistema de Informações de Mobilidade, que coleta dados e faz projeções estatísticas sobre o transporte nos maiores municípios do país.

    Vasconcellos alertou que, por usar estimativas, o simulador não deve ser encarado como um retrato específico de cada cidade.

    A ferramenta foi criada em parceria com a ONG ambiental WWF (World Wildlife Foundation).

    "O objetivo mais importante, acima de tudo, é usar o simulador para sensibilizar as pessoas sobre os impactos sociais e ambientais de cada meio de transporte", disse André Nahur, coordenador do programa de mudanças climáticas da ONG.

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