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    Inacabado, campus da Unifesp é assaltado pela 3ª vez no ano

    FELIPE SOUZA
    DE SÃO PAULO

    01/07/2015 02h00

    Bruno Santos-22.mai.2015/Folhapress
    Prédio em obras, oito anos após inauguração da Unifesp de Guarulhos
    Prédio em obras, oito anos após inauguração da Unifesp de Guarulhos

    Um grupo de assaltantes fortemente armados rendeu os seguranças e levou o equivalente a cerca de R$ 600 mil em materiais de construção do campus Guarulhos, na Grande São Paulo, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

    Esse caso ocorreu dez dias atrás. Mas, segundo professores e funcionários da instituição, a unidade já foi roubada ao menos outras duas vezes somente neste ano. Em nota, a universidade informou que "foram tomadas todas as providências internas e externas junto às autoridades pertinentes para apuração e para evitar que esses incidentes se repitam."

    A maioria dos materiais levados desta vez pelos bandidos é relacionada ao acabamento do prédio, como tintas e encanamentos de cobre. Em outra ação, ladrões levaram até os computadores de um laboratório.

    Um relatório interno da direção da Unifesp obtido pela Folha relata que os roubos já foram comunicados à Polícia Militar e também serão tratados em reunião com o Ministério da Educação neste mês.

    A universidade foi inaugurada em 2007, mas ainda está em obras –97% concluída, de acordo com a universidade. Para terminar o prédio principal, toda a unidade precisou se mudar, em 2013. Hoje os universitários estudam em um colégio de ensino médio privado –o aluguel custa R$ 250 mil por mês.

    Moradores, professores e estudantes relatam que é comum pessoas serem roubadas na mesma área da escola, principalmente à noite. Procurada, a Unifesp disse que não encontrou os responsáveis pelo campus para comentar as ocorrências.

    O prejuízo deste último roubo deve ficar com a construtora responsável pela obra. A ocorrência desencadeou um conflito entre professores. De um lado, docentes defendem a mudança de endereço da Unifesp. Eles alegam que o bairro dos Pimentas, onde fica o campus, não tem policiamento e está localizado numa área com alto índice de criminalidade.

    Outra parte dos professores defende a proximidade do campus, destinado ao ensino de ciências humanas, com regiões mais pobres –a Unifesp fica perto de favelas e conjuntos de habitações populares.

    O grupo que defende a mudança sugere a construção de um prédio em um terreno da universidade na Luz, no centro da capital paulista. Eles argumentam que a região é mais segura e tem uma vasta opção de transporte público. Estudantes apontam o transporte como um grande problema. Guarulhos não tem estações de trem ou metrô.

    A Unifesp informou que não há possibilidade de que ​os cursos do campus ​sejam ​transferidos para outro local e que não tem um terreno na Luz.

    Procurada pela reportagem, a Polícia Militar disse que os bandidos usam um muro quebrado no fundo da universidade para cometer os roubos e que vai deixar um carro o dia todo na região até que ele seja reconstruído.

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