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    Redução da maioridade é uma 'afronta ao direito internacional', diz ONG

    DE SÃO PAULO

    02/07/2015 13h10

    A aprovação da redução da maioridade penal foi criticada por algumas entidades nesta quinta-feira (2). A aprovação aconteceu apenas 24 horas depois de a Câmara rejeitar um outro projeto de emenda constitucional sobre o mesmo tema.

    "A Câmara cometeu uma verdadeira afronta ao direito internacional e ignorou as evidências sobre os efeitos negativos da redução no combate à criminalidade", afirmou a diretora da ONG Human Rights Watch no Brasil, Maria Laura Canineu, em nota.

    Segundo ela, o Brasil foi um dos primeiros países a ratificar convenção da ONU que determina que menores de 18 anos devem ser tratados de acordo com regras da infância e o adolescente, e não como adulto.

    "Esperamos que a proposta de emenda constitucional seja rejeitada no segundo turno de votação na Câmara, no melhor interesse da criança e do adolescente desse país e da sociedade como um todo. Processar e julgar adolescentes no sistema de justiça criminal colocará em risco a segurança de todos os cidadãos", completa Canineu.

    Ed Ferreira/Folhapress
    Deputados com faixa a favor da redução da maioridade penal em sessão na Câmara nesta quarta-feira (1º)
    Deputados com faixa a favor da redução da maioridade penal em sessão na Câmara nesta quarta-feira (1º)

    O projeto foi aprovado na madrugada desta quinta por 323 votos a favor, 155 contrários e 2 abstenções –saiba como cada deputado votou. O texto, porém, ainda precisa ser votado em um segundo turno pela Casa e ser analisado pelo Senado.

    A emenda aprovada pelos deputados foi fruto de um acordo entre líderes partidários favoráveis à redução da maioridade penal, capitaneados pelo PMDB mas assinado pelo PSDB, PSC, PHS e PSD. Eles retiraram da proposta que foi rejeitada na primeira votação sobre o tema a possibilidade de redução da maioridade para os crimes de tráfico de drogas, terrorismo, tortura e roubo qualificado. Assim, eles puderam colocar a matéria em votação.

    O acerto foi classificado como um golpe por parlamentares contrários à matéria. Outros entenderam que a manobra regimental fere as regras da Casa. Com isso, alguns deputados prometem acionar o STF (Supremo Tribunal Federal) para questionar a apresentação da emenda aprovada.

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