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    Redução da maioridade joga nas costas do jovem o que Estado não fez, diz Lula

    DANIELA LIMA
    BELA MEGALE
    DE SÃO PAULO

    03/07/2015 14h25

    O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a iniciativa da Câmara de aprovar em primeiro turno a redução da maioridade penal para crimes graves, como homicídio e estupro.

    Para o petista, a iniciativa joga "nas costas de meninos de 16 anos a responsabilidade de coisas que os governos não fazem".

    Lula disse que fazia a observação como alguém que sabe que ficou no governo por oito anos e que tem uma aliada no Planalto, a presidente Dilma Rousseff, há quatro. "

    Será que o Estado brasileiro cumpriu com suas obrigações com os jovens de 16, 17 anos? Será que oferecemos a educação necessária? Na cidade, no Estado? Será que oferecemos oportunidades para esses jovens terem opção?", questionou Lula, nesta sexta-feira (3), em discurso à FUP (Federação Única dos Petroleiros).

    O ex-presidente disse que o Brasil tem "uma dívida histórica" com os adolescentes. Para ele, o Estado não cumpriu suas obrigações e acha que vai acabar com a violência "colocando os meninos na cadeia".

    O petista disse ainda que sabe que a iniciativa tem apoio popular. "Sei que é um tema que se for pra plebiscito ganha, como talvez ganhe a pena de morte [se for a voto da população]. Mas o Estado tem obrigação de saber se está cumprindo a sua obrigação", provocou.

    "Essa meninada está precisando de oportunidade, não de cadeia. Tem violência, tem, todo mundo sabe, mas de quem é a culpa?", concluiu. Ele conclamou os sindicatos a defenderem não só melhorias nos salários, mas a democracia e o estado de direito. "Hoje não podemos só brigar por 10% de aumento", afirmou.

    Entre a primeira e a segunda votação, 28 parlamentares mudaram de opinião –dos quais 24 passaram a votar a favor de baixar a maioridade.

    Editoria de Arte/Folhapress

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