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    Prefeitura de SP quer multiplicar por dez frota de 'superônibus'

    FELIPE SOUZA
    ANDRÉ MONTEIRO
    DE SÃO PAULO

    03/07/2015 22h25

    A licitação do novo serviço de ônibus de São Paulo prevê reduzir a quantidade de coletivos pequenos e multiplicar por dez a quantidade de veículos superarticulados –que têm 23 metros de comprimento e capacidade para transportar 171 pessoas.

    Pelo novo sistema, a opinião dos passageiros afetará a remuneração das empresas: até 10% dos repasses da prefeitura vão variar de acordo com pesquisas de satisfação dos serviços em cada área.

    As diretrizes foram publicadas nesta sexta-feira (3) pela gestão Fernando Haddad (PT), que lançará as regras do edital nos próximos dias.

    A concorrência selecionará empresas para prestar os serviços nos próximos 20 anos.

    O novo sistema prevê que os superarticulados saltarão dos atuais 200 para perto de 2.000 –de uma frota total de 15 mil ônibus. Já os miniônibus, com capacidade para 41 passageiros, devem ser reduzidos de 4.000 para só 250.

    Haddad diz que a circulação de coletivos nos grandes corredores exclusivos, que ligam os bairros ao centro, será restrita a superarticulados.

    O secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, disse que isso possibilitará ter menos veículos nas vias exclusivas, mas com maior velocidade e oferta de assentos.

    Técnicos municipais previam que, pelo novo sistema, a frota de ônibus cairia –devido à nova redistribuição deles pela capital paulista.

    Questionado, Haddad disse que isso não está definido. Ele afirmou que, se isso ocorrer, a licitação vai prever que os atuais funcionários sejam mantidos pela empresa vencedora, inclusive cobradores.

    A exigência é que as empresas atendam determinado padrão de serviço, independentemente do número de ônibus.

    A prefeitura estima que a quantidade de viagens de coletivos deve aumentar 24% (principalmente fora do pico, nos fins de semana e madrugada) e que a oferta de assentos deverá crescer 13%.

    As empresas também terão de montar uma CCO (Central de Controle de Operações) para monitorar as partidas de cada ônibus por meio dos GPSs dos veículos para monitorar os intervalos entre eles.

    Metade da remuneração das empresas de ônibus será paga de acordo com a quantidade de passageiros transportados. Hoje, 100% dos pagamentos é por esse critério.

    Agora, cumprir as partidas previstas nas linhas de ônibus vai influenciar 40% da remuneração das viações.

    A prefeitura vai usar pesquisas feitas com passageiros para definir parte dos repasses. Os critérios a serem levantados, porém, só serão definidos depois do edital.

    A previsão da prefeitura é que as empresas lucrem até 33% menos do que atualmente. O teto para a taxa de retorno dos empresários de ônibus, diz a gestão Haddad, vai passar de 15% para 9,9%.

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