O embate entre ruas exclusivamente residenciais e corredores de comércio em áreas nobres da cidade, como no caso dos Jardins, ocorre há pelo menos 40 anos.

O crescimento da cidade, que ocorreu fora da lei em alguns casos, mostra um convívio até certo ponto pacífico entre as duas posições.

As lojas de móveis e decoração, alguns poucos restaurantes e showrooms de automóveis conseguiram espaço na avenida Europa, na rua Colômbia e na alameda Gabriel Monteiro da Silva.

	Eduardo Anizelli/Folhapress
	Grupo nos Jardins se opõe a vizinhos e faz lobby por ampliação do comércio na área nobre de SP

No entanto, desde a década de 1970 –quando o zoneamento começou a ser discutido com mais profundidade– há embate entre a prefeitura e grupos moradores que querem manter a área com características estritamente residenciais.

Agora, técnicos da prefeitura garantem que permissão de mais comércio não irá provocar uma verticalização dos Jardins.

	Editoria de Arte/Folhapress

Isso não significa que em alguns casos, dependendo do tipo de uso que for aprovado para determinadas ruas, incômodos pontuais, como o barulho, não possam surgir.

Os favoráveis ao comércio costumam questionar o motivo de apenas restaurantes e padarias com direito adquirido poderem funcionar naquela região.

Sobre essa área específica da cidade, Antonio Carlos Pela, coordenador do conselho de política urbana da Associação Comercial de São Paulo, disse na semana passada à Folha que o mais importante é regularizar a situação de quem precisa.

"Na cidade, 80% do comércio é ilegal. É com isso que a discussão sobre o zoneamento precisa ajudar a acabar. Vai até colaborar com o controle da corrupção", diz.