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    Crise da água

    Após 36 dias, níveis dos reservatórios de SP caem simultaneamente

    DE SÃO PAULO

    17/07/2015 10h47

    Após 36 dias, os seis principais reservatórios que abastecem a região metropolitana de São Paulo voltaram a recuar simultaneamente seus níveis de água armazenada. A última vez em que todos os sistemas recuaram foi em 11 de junho deste ano.

    O Cantareira, o maior da Grande São Paulo e em situação mais crítica, opera com 14,9% da capacidade após recuo de 0,1 ponto percentual em relação ao índice anterior, de acordo com balanço da Sabesp divulgado nesta sexta-feira (17). O sistema Alto de Cotia foi o que registrou o maior recuo: 0,4 ponto percentual.

    Um dos motivos desse recuo refere-se à falta de chuva na região da cabeceira dos sistemas, principalmente o do Cantareira, e com o tempo seco dos últimos dias. Do dia primeiro de julho até agora, o manancial acumula 21,9 mm de água –o valor não corresponde nem a metade do volume esperado para todo o mês (50 mm).

    Editoria de Arte/Folhapress

    O Cantareira abastece 5,3 milhões de pessoas na zona norte e partes das zonas leste, oeste, central e sul da capital paulista –eram cerca de 9 milhões antes da crise da água. Essa diferença passou a ser atendida por outros sistemas.

    O meteorologista do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), da prefeitura, Thomaz Garcia alerta que a tendência é que o Cantareira e os demais sistemas que abastecem a região metropolitana de São Paulo continuem a reduzir o armazenamento de água. Segundo Garcia, não há previsão de chuva nos próximos dias, apenas a partir do dia 25 de julho é que pode chover de forma mais significativa.

    MEDIÇÃO DO CANTAREIRA

    O percentual usado na medição do sistema Canteira tem como base a quantidade de água naquele dia e a capacidade total do reservatório, de 1,3 trilhão de litros e que inclui o volume útil (acima dos níveis de captação) e as duas cotas do volume morto (reserva do fundo das represas, captadas com o auxílio de bombas).

    Até então, o índice considerava o volume morto apenas na quantidade disponível, e não na capacidade total –sem ele, o sistema tem capacidade de 1 trilhão de litros de água. Essa é uma das três metodologias que a Sabesp usa atualmente para divulgar o volume do reservatório.

    OUTROS RESERVATÓRIOS

    O reservatório Alto de Cotia, que fornece água para 400 mil pessoas, opera com 65,3% da capacidade após recuar 0,4 ponto percentual em relação ao índice anterior. O sistema já acumula 64 mm –19,85% a mais do volume esperado (53,4 mm).

    Os níveis dos sistemas de Rio Grande e Rio Claro recuaram 0,3 ponto percentual cada um. O reservatório de Rio Grande, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 91,4% da capacidade. Já o de Rio Claro, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 72,7%.

    O nível do sistema Alto Tietê, que abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo, recuou 0,2 ponto percentual e opera com 19,5% da capacidade.

    No dia 14 de dezembro, o Alto Tietê passou a contar com a adição do volume morto , que gerou um volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo).

    A represa Guarapiranga, que fornece água para 5,2 milhões de pessoas nas zonas sul e sudeste da capital paulista, opera com 78,2% da capacidade: recuo de 0,1 ponto percentual em relação a medição anterior. O Guarapiranga, contudo, já acumula 64,6 mm de água, 53,45% a mais do esperado (42,1 mm).

    A medição da Sabesp é feita diariamente e compreende um período de 24 horas: das 7h às 7h.

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