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    Malas de aeroporto: Comissário revela os hábitos irritantes de passageiros

    RICARDO GALLO
    DE SÃO PAULO

    26/07/2015 02h00

    Aquela comissária que te olha sempre doce e sorridente quando você entra no avião pode, lá no fundo, querer te esganar –depende de como você se comporta a bordo.

    E o que não faltam são passageiros chatos, dizem dez comissários de bordo e pilotos ouvidos pela Folha nas últimas semanas, sob a (óbvia) condição de anonimato.

    Um dos campeões da ira dos tripulantes são passageiros que se levantam –quando o avião nem parou ainda, logo após aterrissar– para pegar a mala no bagageiro.

    "É o que mais me irrita –a indisciplina do passageiro de levantar antes da hora", diz um comandante da Gol. É comum, afirma, ele ter de parar o avião antes de chegar à ponte de embarque até que o apressado volte a se sentar.

    Outro hábito igualmente irritante, segundo os comissários, é o de formar fila em pé no corredor para desembarcar, antes de a porta da aeronave abrir. "O avião acabou de encostar e já tem passageiro na minha cola. Dá licença?!", diz uma comissária.

    Editoria de Arte

    Passageiros costumam disputar o espaço do bagageiro acima do assento –eis outro motivo de incômodo.

    "O cara acha que o bin [como é chamado o bagageiro] acima da poltrona dele é dele, e só ele pode usar. Tem chilique quando vem um passageiro de outro assento e põe a mala. Nada no mundo fala que o bin acima da sua cabeça está reservado só para você", fala um piloto da Azul.

    DESAPRENDEM

    "A impressão é que as pessoas desaprendem a ler e a ter educação quando embarcam em um avião", afirma uma comissária da Avianca.

    Uma das atitudes que mais a incomodam se dá quando os passageiros a chamam por "psiu", estalando os dedos ou puxando a roupa, em vez de acionar o botão feito para essa finalidade. "É o fim!"

    Mães com bebês de colo também não escapam da ira, por mais fofos que sejam os pequenos. "Há pessoas que pensam que um avião é um restaurante, farmácia ou supermercado. Pedem fraldas, chupetas, leite, balas. Há coisas que uma mãe tem obrigação de levar e que as empresas não disponibilizam nem em voos internacionais", afirma a comissária da Avianca.

    Um profissional da TAM lembra outro dos campeões de menções dos tripulantes: o passageiro distraído, que não presta atenção nem nas instruções de segurança nem nas opções do serviço de bordo. "Eu digo: 'temos água, refrigerante e suco'. Aí o passageiro fala: tem chá?", diz uma tripulante da Gol.

    Em tempo: a despeito dos exemplos acima, tripulantes dizem que os passageiros, na maioria dos casos, não são malas sem alça. Mas vira e mexe, esbarram num chato.

    A Folha submeteu as queixas a um passageiro frequente. O economista Guilherme Afonso, 33, afirma entender o lado dos comissários, mas também dá sua cutucada: "Tem aquele momento em que eles parecem inspetores de escola verificando se os cintos estão atados –e nos oferecem mix de castanhas como se fossem iguaria".

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