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    Nevoeiro fecha aeroporto Santos Dumont, no Rio; entenda fenômeno

    RICARDO GALLO
    DE SÃO PAULO
    DO RIO

    01/08/2015 10h27

    O Aeroporto Santos Dumont está fechado para pousos desde o início desde sábado (1º) em virtude de neblina.

    Até as 10h, pelo menos oito voos foram cancelados, dois estavam atrasados e quatro foram transferidos para o Aeroporto Internacional Tom Jobim.

    As decolagem também estão atrasadas, mas os aviões conseguem levantar voo com ajuda de aparelhos, segundo o Infraero. O aeroporto internacional, por sua vez, funciona por instrumentos.

    Aos passageiros que esperam no aeroporto por voos atrasados em razão da neblina, um aviso chato: não há o que fazer, a não ser torcer para que o nevoeiro passe.

    Característico desse período do ano, o fenômeno climático pode se estender também em São Paulo pelos próximos dez dias, de acordo com o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), órgão da Prefeitura de São Paulo.

    Douglas Lambert/Folhapress
    Panorama do horizonte da cidade de São Paulo antes e depois do nevoeiro
    Panorama do horizonte da cidade de São Paulo antes e depois do nevoeiro
    Douglas Lambert/Folhapress
    Panorama do horizonte da cidade de São Paulo antes e depois do nevoeiro
    Panorama do horizonte da cidade de São Paulo antes e depois do nevoeiro

    A neblina se forma em madrugadas frias e úmidas -o vapor da atmosfera se condensa e causa nuvens baixas.

    O resultado para quem precisa viajar de avião pela manhã quase sempre são longas esperas, com atrasos em cadeia durante todo o dia.

    Isso porque há um único aeroporto no país com equipamento que permite aos aviões pousar com visibilidade zero -Guarulhos (na Grande São Paulo), o maior do país. O sistema foi recém-inaugurado, após anos de atraso.

    Rota mais movimentada do Brasil, a ponte aérea entre Congonhas e Santos Dumont é uma das maiores vítimas da neblina recorrente.

    Congonhas tem um equipamento de aproximação limitado a 548 metros de visibilidade (horizontal) e 60 metros de teto (vertical).

    Quando o nevoeiro baixa a níveis inferiores a esse, como nos últimos dias, o aeroporto fecha -o que resulta em aviões desviados ou no chão.

    Já o Santos Dumont nem tem esse tipo de equipamento de precisão -a instalação do aparelho depende de antenas que não simplesmente podem ser instaladas devido aos morros próximos. Daí o aeroporto fechar bastante, mesmo fora do inverno.

    Editoria de Arte/Folhapress

    SOLUÇÃO

    De qualquer forma, se todos os aeroportos que sofrem com neblina fossem dotados dos mais modernos dispositivos de aproximação, os passageiros ainda assim teriam que continuar esperando e os voos atrasariam igual.

    A explicação está no fato de que aeronaves e tripulações também precisam ser treinadas para pousos e operações nessas condições.

    No caso do equipamento de Guarulhos, por exemplo, as companhias que estão habilitadas a fazer aproximações sob visibilidade zero são na maioria internacionais, acostumadas a fazer o mesmo em seus países de origem.

    Por aqui, a conclusão da maior parte das empresas de voos domésticos é que não compensa financeiramente gastar com treinamento de tripulações e homologação de aviões para um fenômeno que ocorre apenas durante poucos dias no ano.

    Mais barato para elas é desviar o voo, mantê-lo no chão e arcar com as despesas de assistência aos passageiros que aguardam em terra.

    Isso explica o fato de você ter de esperar quando a neblina acontece. Assim que o aeroporto reabre, o que costuma ocorrer pela manhã, os voos começam a sair e a operação se normaliza aos poucos -um efeito dominó que pode durar o dia inteiro.

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