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    Festa das Cerejeiras reúne famílias e cosplayers no parque do Carmo

    LEONARDO NEIVA
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    01/08/2015 20h47

    Todos os anos, entre os meses de julho e agosto, os céus do bosque das cerejeiras, no parque do Carmo, zona leste de São Paulo, são coloridos de rosa.

    O florescimento das mais de 4.000 cerejeiras, que dura cerca de uma semana, é celebrado no parque desde a década de 1970 com uma festa, que tem origem no Japão. e acontece até este domingo (2).

    Neste sábado (1º), grandes filas de carros se estenderam pelas vias em torno do parque. Entre as árvores de cerejeira, era difícil encontrar um lugar para sentar. O chão estava repleto de pessoas que faziam piquenique e observavam as flores. No local, também havia barraquinhas de comida e um palco com apresentações de música, dança e ginástica.

    Alguns personagens famosos circulavam entre as árvores. Os mais requisitados eram o Sub-Zero, do jogo "Mortal Kombat', e a própria morte, com direito a manto negro e cajado.

    "Na 'Anime Friends' sempre vamos fantasiados. Achamos que seria divertido aparecer assim também no festival", diz Jonathan Valim, 21, o Sub-Zero.

    O dentista Natal Lima, 48, vai com a família à Festa das Cerejeiras desde 2009. Segundo ele, o público do evento aumentou muito nos últimos anos.

    Nesta edição, porém, a família de Lima, que tem cerca de 30 integrantes, não estava completa. O patriarca Raimundo Rodrigues, seu pai, morreu em junho, um mês antes do festival.

    Como uma forma de recordá-lo, Lima trouxe em uma cartolina a homenagem a Raimundo, que tinha 82 anos. "Todo ano a gente vinha junto. Por isso, achamos importante fazer essa homenagem", conta.

    OMIKUJIS

    Todos os anos, a família de Lima faz durante o evento um piquenique sob a mesma árvore, que é enfeitada com bexigas, flores de papel e omikujis, fitas da sorte geralmente colocadas em templos xintoístas e budistas do Japão.

    "Uma amiga veio pela primeira vez há dois anos e estava com muita dificuldade de engravidar. Ela fez o pedido na fita e no ano seguinte voltou com um bebê de quatro meses", conta Lima.

    Ele diz que desta vez, no entanto, não permitiram que enfeitasse a cerejeira. "Fiquei semanas preparando 1.500 fitinhas para colocar na árvore e, no fim das contas, a organização do evento me pediu para tirar todas", afirma.

    Para a secretária Márcia Akemi, 45, que visitava a festa pela primeira vez com os pais e uma tia, as árvores de cerejeira sofrem com a atenção do público. "Não estou gostando de tanta gente tocando nas flores, jogando lixo no chão", disse.

    Segundo ela, no entanto, é importante que mais pessoas conheçam o evento. "É tudo tão maravilhoso que a gente acaba ficando extasiado", disse Akemi, que por volta das 16h30 começava a ficar preocupada com a falta de comida.

    Próximo da hora de encerramento das atividades do festival, grande parte das barracas já exibia balcões vazios. Tendas que vendiam yakisoba, pastel, cachorro quente, doces e iguarias japonesas estavam fechadas.

    No horário, muitas pessoas deixavam o local usando uma linha especial de ônibus, disponibilizada pela SPTrans para o evento, que conectava o parque à estação de metrô Corinthians-Itaquera. Neste domingo (2), último dia do festival, as atividades acontecem das 9h até as 17h.

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