Durante protesto na tarde desta quinta-feira (6), o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto ameaçou fazer uma série de manifestações de maneira ostensiva se os contratos do Programa Minha Casa, Minha Vida 3 não tiverem início ainda neste ano.
O ato, iniciado por volta das 14h, foi encerrado às 18h após o líder do MTST, Guilherme Boulos ser recebido por representantes do governo Dilma Rousseff (PT) e da secretaria nacional de Habitação.
Entretanto, a dispersão dos manifestantes aconteceu somente às 18h50, horário em que a via foi completamente liberada, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).
Segundo Boulos, o governo deu garantias que serão feitos contratos do Minha Casa Minha Vida 3 neste ano, na modalidade Entidades (quando os próprios movimentos administram os recursos e tocam as obras.
"Saímos vitoriosos. Mas, se chegar no dia 10 de setembro falarem a palavra adiamento, esse país vai pegar fogo. Vamos dar essa trégua até o dia 10", disse o líder do MTST.
Boulos afirmou ainda que o ato organizado nesta quinta foi um recado para Dilma e para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ele poupou Dilma, mas atacou Cunha. "É um safado, sem-vergonha", disse.
A crítica é relacionada às ações de Cunha para apoiar projetos que deixariam o Minha Casa, Minha Vida sem fundos e mudanças no Fundo de Garantia.
'OU VAI, OU RACHA'
Durante o protesto, Boulos declarou que a posição do movimento era de "ou vai, ou racha"
"Ontem, a presidente Dilma foi na internet e disse que o programa seria lançado em 10 de setembro, mas disseram que só vão contratar moradia no ano que vem. Aí, não vamos aceitar. Queremos a contratação neste ano. Não vamos aceitar que 2015 seja um ano nulo para a habitação", disse Guilherme Boulos, líder nacional do MTST.
Ele reivindicou que as obras sejam tocadas pelos movimentos de moradia, o que é possível na modalidade Minha Casa, Minha Vida Entidades.
"Se está faltando dinheiro, que não contrate das empreiteiras que já estão com o rabo cheio de dinheiro, que contrate os movimentos" disse Boulos.
Ele estimou que 7.000 pessoas participam do protesto na capital paulista nesta tarde. A Polícia Militar não forneceu estimativa.
O ato faz parte de uma jornada de protestos em 11 capitais do país. Também ocorre menos de duas semanas antes de um protesto contra a presidente, que está programado para o próximo dia 16.