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    Com triplo da espera do metrô de SP, monotrilho começa a cobrar passagem

    FELIPE SOUZA
    DE SÃO PAULO

    10/08/2015 09h34

    Os passageiros que embarcam na estação Oratório do monotrilho da linha 15-prata do Metrô começaram a pagar passagem a partir desta segunda-feira (10).

    Com tarifa de R$ 3,50, o monotrilho vai operar das 7h às 19h, entre as estações Vila Prudente e Oratório. Há um ano, desde quando foi inaugurada, a linha operava o mesmo trecho em fase de testes durante cinco horas por dia.

    O trajeto de 2,9 km faz parte de um projeto mais completo que prevê um total de 18 estações em um trajeto de 26,7 km, que vai interligar a Vila Prudente a Cidade Tiradentes, no extremo leste de São Paulo. O monotrilho da linha 15-prata virou uma obra demorada e cada vez mais cara do governo Geraldo Alckmin (PSDB).

    Nas nove primeiras horas de funcionamento com horário estendido nesta segunda, 3.661 pessoas usaram o monotrilho, de acordo com o Metrô de São Paulo. O número é pequeno em comparação com a capacidade prevista que é de transportar até 48 mil passageiros por hora em cada sentido, segundo a própria empresa.

    A maior parte dos assentos eram ocupados nas viagens no sentido Vila Prudente. O trajeto demora cerca de três minutos.

    O monotrilho balança e tem uma vibração maior em relação ao metrô porque funciona sobre um conjunto de pneus e trafega a 15 metros de altura.

    O maior desconforto para o passageiro, porém, é o tempo de espera de aproximadamente sete minutos entre as composições –cerca de três vezes maior que o registrado no Metrô no horário de pico. Isso ocorre porque há apenas uma composição circulando em via única, o que faz o usuário ter de esperar o monotrilho voltar da estação seguinte para embarcar.

    A promessa de entrega da linha 15-prata já mudou algumas vezes. Inicialmente, antes mesmo do atual edital, falou-se em 2012. A seguir, o prazo foi lançado para o final de 2015. A obra não ficará completa antes do final de 2018 –lá, a previsão oficial é concluir até nove estações.

    Para a farmacêutica Sandra de Carvalho Fabretti, 31, a ampliação do horário de funcionamento possibilitará que ela use o monotrilho para ir ao trabalho. "Eu e meu marido compramos um apartamento ao lado da estação na expectativa desse dia chegar. Até pensamos que este dia não chegaria porque demorou cinco anos", conta.

    Fabretti diz que o monotrilho é a melhor opção de transporte para quem mora na região. "Os ônibus já chegam lotados aqui e a gente nem consegue entrar. Já tive de pegar táxi algumas vezes para não chegar atrasada", diz.

    O administrador de banco de dados Karol Gurniak, 32, que mora perto da estação Oratório, disse que o ideal é que o horário seja ampliado ainda mais para que ele consiga usar o transporte para também retornar do trabalho.

    "O ideal seria pelo menos até as 20h porque há dias em que saio mais tarde e vou ter de usar o ônibus. Isso já era para estar funcionando em tempo integral há anos. Na última campanha, o governador [Geraldo Alckmin] disse que ficaria pronto no ano passado", diz Gurniak.

    Editoria de Arte/Folhapress

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