A Secretaria Municipal de Saúde informou nesta segunda-feira (10) que os seis haitianos baleados no centro de São Paulo foram atingidos com balas de chumbinho.

Os estrangeiros foram baleados no sábado (1º) na rua Glicério, no centro da capital paulista. A Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania informou que consta no boletim de ocorrência, registrado no 8° Distrito Policial no Brás, que "um dos ocupantes de um veículo que passava no local teria gritado 'haitiano!' e logo depois disparado contra as vítimas".

As vítimas foram atingidas na altura do quadril e das pernas e não correm riscos. O grupo foi atendido na Santa Casa na sexta-feira (7). Na data, três vítimas receberam alta.

Nesta segunda, os outros três haitianos foram ao hospital municipal Doutor Carmino Caricchio, no Tatuapé (zona leste), para nova avaliação. De acordo com a Secretaria de Saúde, dois dos haitianos foram submetidos a exames pré-operatórios nesta segunda e passarão por cirurgia para remover estilhaços de bala na próxima semana. O terceiro ferido deve passar por nova avaliação clínica, também na semana seguinte.

Segundo a pasta, os haitianos foram socorridos inicialmente na AMA (Assistência Médica Ambulatorial), na Sé, que atende casos de baixa e média complexidade, mas precisaram ser transferidos para a Santa Casa de Misericórdia, onde receberam alta.

O padre Paulo Parisi, responsável pela Paróquia Nossa Senhora da Paz, que recebe os imigrantes na rua do Glicério, informou que ainda não sabe se os atiradores agiram por xenofobia ou por vingança, já que um haitiano teria recuperado a bolsa de uma mulher que havia sido assaltada no Glicério e devolvido a ela.

Em nota, a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania informou que tomou conhecimento dos fatos, que "repudia o ato e ressalta o compromisso desta gestão em combater toda e qualquer forma de violência e xenofobia na cidade".