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    Corpo de mãe de Bernardo é exumado no RS; morte é considerada suspeita

    PAULA SPERB
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM CAXIAS DO SUL (RS)

    11/08/2015 17h52

    O corpo da mãe de Bernardo Boldrini, assassinado aos 11 anos de idade em abril de 2014, no Rio Grande do Sul, foi exumado na manhã desta terça (11).

    Odilaine Uglione estava enterrada em Santa Rosa, sua cidade natal, na região central do Estado. Ela morreu em 10 de fevereiro de 2010 com um tiro na cabeça, no consultório do marido, o médico Leandro Boldrini. Na época, a investigação concluiu que Odilaine havia se suicidado.

    A reabertura do inquérito da morte de Odilaine foi determinada pela Justiça após um pedido do Ministério Público. A suspeita é que Boldrini, acusado pelo assassinato do filho, possa ter responsabilidade na morte da mulher.

    A promotora Silvia Jappe considerou relevantes os novos laudos técnicos encomendados pelo advogado da família de Odilaine, Marlon Taborda. Uma perícia indicou que a carta de suicídio escrita pela mãe de Bernardo é falsa e que sua autora seria a secretária do consultório de Boldrini.

    A perícia particular também mostrou que não havia pólvora na mão direita de Odilaine, que era destra. "Eu vi o crânio da Odilaine, tinha uma perfuração no palato [céu da boca] esquerdo e a calota craniana esquerda estava quebrada também", diz Taborda, que acompanhou a exumação do corpo. Para o advogado, isso significa que "é impossível" que Odilaine tenha se suicidado.

    Em um vídeo recuperado do celular de Boldrini pela perícia técnica, sua mulher, Graciele Ugulini, diz a Bernardo que ele "vai ter o mesmo fim da mãe". Para Taborda, a afirmação da madrasta do menino é uma "confissão" do crime e desmonta a versão de suicídio de Odilaine.

    Agora o caso está sendo investigado pela Policia Civil de Santa Rosa.

    Caso Bernardo Boldrini

    CASO BERNARDO

    Durante o inquérito realizado no Fórum de Três Passos em maio passado, Leandro Boldrini negou ter matado o filho. "Eu não participei disso. Eu nego", disse.

    Além dele, também foram ouvidos a enfermeira Graciele Ugulini (a madrasta de Bernardo) e os irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz. As duas primeiras ficaram em silêncio e não responderam às perguntas do juiz. Evandro negou participação no crime e acusou a irmã. Os réus podem ir a juri popular.

    Bernardo Boldrini foi encontrado morto em abril do ano passado em uma cova rasa em um matagal na cidade de Frederico Westphalen, a 80 km de Três Passos, onde ele morava com o pai, a madrasta e a irmã. O menino ficou desaparecido por dez dias antes da localização do corpo. A polícia prendeu o pai e a madrasta do garoto, além de Edelvânia, por suspeita de participação no crime no mesmo dia em que o corpo foi encontrado. O irmão de Edelvânia foi preso posteriormente.

    Uma motivação apontada pela acusação para o crime foi o interesse do casal na herança deixada pela mãe de Bernardo.

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