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    ANÁLISE

    Chacina na Grande SP é 1° forte revés para secretário de Alckmin

    EDUARDO SCOLESE
    EDITOR DE "COTIDIANO"

    14/08/2015 08h15

    A série de ataques com ao menos 18 mortos na Grande São Paulo é o primeiro grande revés da gestão de Alexandre de Moraes na Secretaria da Segurança Pública.

    O número de mortos e feridos foi confirmado no final da tarde. Inicialmente, a PM havia informado um total de 20 mortes, sendo corrigida pelo secretário em seguida. Posteriormente, também foi descartada relação entre uma morte de Itapevi com os demais crimes.

    O advogado filiado ao PMDB assumiu o cargo em janeiro, no início do novo mandato de Geraldo Alckmin (PSDB). Desde então, reforçado por seu próprio discurso, acumulou uma sequência de dados positivos: interrompeu longa sequência de aumento no número de roubos, investiu na estrutura de trabalho dos policiais e, principalmente, viu os casos de homicídios atingirem no mês passado a menor taxa da série histórica no Estado: 9,38 casos por 100 mil habitantes (no acumulado dos 12 meses anteriores).

    O sucesso rápido também levou o secretário a ousar voos mais altos. Bem mais altos. Nos bastidores, seu nome passou a ser cotado para a disputa da Prefeitura de São Paulo no ano que vem. Para isso, teria de trocar o PMDB pelo PSDB, do governador Geraldo Alckmin. A negociação segue intensa e o próprio secretário não descarta a ideia. "O futuro a Deus pertence", disse, em recente entrevista à Folha.

    Confiante em sua gestão, até esnobou a presença da Polícia Rodoviária Federal em território paulista. Disse que, para dar um "salto" de qualidade na segurança, gostaria de retirar os agentes federais das rodovias que cruzam o território paulista, assumindo a polícia de SP toda essa responsabilidade. Ouviu logo um "não" do Ministério da Justiça.

    Sempre com os números e os holofotes ao seu lado, ainda fez um agrado político ao governador, que é pré-candidato ao Planalto em 2018. Fatiou a divulgação do balanço mensal das estatísticas de violência e organizou um evento apenas para Alckmin falar da queda do número de ocorrências de homicídios dolosos (quando há a intenção de matar).

    Agora, antes de pensar no policiamento da Dutra e da Régis Bittencourt, na troca do PMDB pelo PSDB ou num agrado ao chefe, o secretário terá de explicar rapidamente o que aconteceu em Osasco e Barueri e como serão as investigações da noite mais violenta do ano na Grande São Paulo.

    Editoria de arte/Folhapress

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