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    Crise da água

    Mesmo com crise em SP, tarifa mais alta garante lucro à Sabesp

    DE SÃO PAULO

    14/08/2015 11h14

    Após ter aumentado a tarifa de água e esgoto na Grande São Paulo, a Sabesp (empresa paulista de saneamento) aumentou o seu lucro no segundo semestre de 2015 em 11,5%, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Os dados são do balanço financeiro da empresa no segundo semestre de 2015.

    Moacyr Lopes Junior/Folhapress
    Imagens comparam a represa Jaguari-Jacareí, em Piracaia, que integra o sistema Cantareira
    Imagens comparam a represa Jaguari-Jacareí, em Piracaia, que integra o sistema Cantareira

    O lucro líquido da empresa no segundo trimestre de 2014 foi de R$ 302 milhões, quando a empresa já enfrentava a crise hídrica e foi obrigada a reduzir o volume de água ofertado para a população. Já neste ano, o lucro no período foi de R$ 337 milhões. No entanto, quando analisado o primeiro semestre de 2015, o luro ainda é 16% menor do que o mesmo período em 2014.

    TARIFA MAIS ALTA

    Mesmo distribuindo menos água, a Sabesp se beneficiou de dois aumentos na tarifa de seu serviço em seis meses. O primeiro aumento da conta, de 6,5%, foi feito em dezembro de 2014.

    Já o segundo aumento, de 15,4%, ocorreu em junho devido ao agravamento da crise hídrica e da difícil situação financeira da Sabesp. Este último reajuste teria, segundo o balanço da empresa, representado 1,5% na arrecadação da empresa. Antes de conseguir esse aumento, a Sabesp pleiteava um reajuste de 22,7% da tarifa.

    Depois que não conseguiu o reajuste, o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, afirmou em entrevista à TV que não ter conseguido o reajuste pleiteado, ocasionaria cortes de investimentos em saneamento no Estado de São Paulo. A informação contrasta com o novo dado de lucro da empresa.

    MENOS ÁGUA

    Segundo o balanço da empresa, o volume de água faturado caiu 10% no primeiro semestre de 2015, em relação ao mesmo período de 2014. Essa redução é apontada pela empresa como uma de suas principais quedas no lucro, já que teria menos 'matéria-prima' para vender. Quem mais sentiu essa redução de fornecimento, segundo o relatório, foram as indústrias e os prédios públicos, com cerca de 19% a menos de água recebida. As residências tiveram reduzidas em 8,3% o volume de água recebida.

    OBRAS

    Outro destaque do balanço foi o aumento de 33% da receita de construções. No segundo trimestre de 2014, os gastos com obras eram de R$ 678 milhões. Em 2015, saltou para R$ 904 milhões. O aumento é dos gastos vem da necessidade de apressar obras que estavam nos planos da Sabesp e tiveram que ser adiantadas. Outras obras, tiveram que ser planejadas e desenvolvidas em rito emergencial, como a ligação do Rio Grande e Alto Tietê, prometida para setembro.

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