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    Medo reduz movimento em rua onde oito foram mortos em Osasco (SP)

    LEONARDO NEIVA
    DE SÃO PAULO

    16/08/2015 14h21

    O movimento de pedestres e veículos diminuiu bastante desde quinta-feira (13) nas imediações da rua Antônio Benedito Ferreira, em Osasco, região metropolitana de São Paulo, segundo moradores e funcionários de comércios da região.

    Na rua, oito pessoas foram mortas em um bar durante a chacina ocorrida na data. O estabelecimento permanece fechado.

    Leonardo Neiva/Folhapress
    Bar em Osasco
    Neste domingo (16), bar em Osasco onde oito foram mortos em chacina permanece fechado.

    A Folha foi ao local neste domingo (16) para conversar com os moradores. Nenhum dos entrevistados quis se identificar à reportagem.

    Segundo o dono de um mercadinho ao lado do bar, o número de clientes diminuiu muito nos últimos dias. "Algumas pessoas ainda param para tirar fotos, mas está todo mundo com medo", conta.

    Uma vizinha afirma que estava em casa no momento do crime. "Ouvi os tiros e deitei no chão, com medo de ser baleada. Quando abri o portão, dei de cara com um dos meninos ferido pedindo socorro", diz.

    Ela conta ainda que tinha o costume de ficar sentada em seu quintal até tarde conversando. Agora diz não ter mais coragem.

    "Antes de quinta-feira, essa praça ficava lotada até de madrugada. À noite agora não tem mais uma criatura na rua", afirma.

    Na tarde deste domingo, havia uma fileira de flores, além de um copo e uma garrafa de cerveja, em frente à porta do bar, que permanece fechado desde os ataques. Uma pichação no portão dizia: "Osasco pede paz".

    Segundo vizinhos, as flores e a cerveja foram colocados no local pela mãe de Fernando Luiz de Paula, uma das vítimas da chacina.

    Um grupo de três amigos sentados na calçada afirma ter notado um aumento no policiamento na região. Viaturas da polícia têm passado constantemente pela rua nos últimos dias, disseram.

    Eles também dizem ter conhecido as vítimas. "Nenhum era bandido. Só pessoal que ia para o bar. Se eu estivesse lá, eles poderiam ter me matado também. Essa é a minha indignação", conta um deles.

    Outro diz ter ficado impressionado com a repercussão internacional do caso. Ele também preferiu não revelar sua identidade.

    "Não quero dar meu nome não. Isso foi uma coisa muito séria, a gente nunca sabe o que pode acontecer com a gente, né?"

    Vizinhos disseram que uma missa de sétimo dia deverá ocorrer na noite da próxima quinta-feira (20) em frente ao bar onde o crime ocorreu.

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