O garoto Thiago Pimentel, 9, queria encher o pneu de sua bicicleta, que estava murcho. Foi até um posto de combustível na av. Bento Guelfi, em São Mateus (extremo da zona leste de SP), e fez o serviço.

Momentos depois, já em cima da bicicleta, morreu atropelado por um micro-ônibus. O motorista disse à polícia que o garoto saiu da ciclovia e invadiu a rua.

Já moradores da região afirmam que o veículo é que invadiu a ciclovia –embora não tenham presenciado o acidente, dizem que a posição do veículo e da vítima na hora do socorro deixavam isso claro.

A faixa foi pintada neste ano bem no meio da avenida. É separada das faixas dos carros por tachões (tartarugas) e balizadores. "Essa ciclovia virou um imã para as crianças do bairro", disse um amigo da família de Thiago.

Os motoristas nem sempre respeitam as sinalizações. Nas duas horas em a reportagem ficou na avenida nesta quarta (19), veículos invadiram a faixa de ciclistas. "A ciclovia foi feita no lugar errado. Não dá para ser no meio da rua", diz Rosálio Veloso, 59, que tem bicicleta, mas, por medo, pedala no meio da rua.

A via tem um limite máximo de velocidade de 30 km/h. Poucos motoristas respeitam. Não há nenhum radar e a CET (Companhia Engenharia de Tráfego), dizem os moradores, só apareceu após a morte de Thiago.

Em trechos da avenida, as calçadas são quase intransitáveis: estreitas e cheias de pedras. Moradores então caminham pela ciclovia, que é mais larga.

	Reprodução/TV Globo
	Moradores de São Mateus protestam contra morte de garoto em ciclovia