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    Crise da água

    Sem chuva, mais duas bacias entram em alerta na região de Campinas

    VENCESLAU BORLINA FILHO
    DE CAMPINAS

    20/08/2015 13h14

    A chuva não veio e mais duas bacias hidrográficas entraram em estado de alerta, nesta quinta-feira (20), na região de Campinas, no interior paulista. Agora, já são três rios com possibilidade de restrição na captação de água, além do Camanducaia, onde a medida é aplicada desde terça (18).

    Pelas regras da ANA (Agência Nacional de Águas) e do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica), estadual, a captação de água para animais e por empresas de saneamento terá de ser reduzida em 20% do limite outorgado. Para indústrias e irrigação, a redução é maior, de 30%.

    As bacias ficam ao longo do rio Atibaia, uma na parte mais alta (chamada Alto Atibaia) e outra na parte baixa (Baixo Atibaia). Quinze municípios estão total ou parcialmente inseridos nas bacias, entre eles Campinas, Paulínia, Americana, Atibaia, Itatiba e Bragança Paulista.

    A bacia do rio Jaguari está em alerta desde a semana passada. São mais dez municípios ao longo do rio e seus afluentes. Todas as bacias integram a região dos rios PCJ (Piracicaba, Capivari e Jundiaí), uma das que mais sofrem com os efeitos da falta de chuvas e da crise hídrica.

    Pela medição realizada nesta quinta, a bacia do Alto Atibaia, que fica mais próxima do sistema Cantareira, registra vazão média de 4.900 litros por segundo. Ao atingir 4.000 l/s, é decretada automaticamente restrição na captação. A vazão normal do rio é acima de 5.000 litros por segundo.

    Já na bacia do Baixo Atibaia, a vazão média hoje é de 3.850 litros por segundo. A limitação na retirada de água ocorrerá quando atingir 3.500 l/s. A vazão normal é acima de 5.000 l/s.

    No Jaguari, a vazão é de 4.620 litros por segundo, e haverá restrição quando chegar a 2.000 l/s. O normal é 5.000 l/s.

    César Pereira - 11.ago.2015/Futura Press/Folhapress
    Vista do rio Camanducaia, em Amparo, no interior de São Paulo
    Vista do rio Camanducaia, em Amparo, no interior de São Paulo

    CAMANDUCAIA

    A restrição na captação na bacia do rio Camanducaia ocorreu na terça após a vazão no ponto de medição atingir 1.320 litros por segundo. Na medição desta quinta, a vazão subiu um pouco, para 1.440 l/s, segundo os dados da ANA e Daee. Na bacia, dez municípios são atingidos parcial ou totalmente.

    A situação mais grave é em Amparo. O município, de cerca de 70 mil habitantes, depende totalmente do rio Camanducaia para o abastecimento público. A prefeitura já anunciou que poderá adotar racionamento caso a situação piore e não haja redução no consumo por parte da população.

    Na cidade também há indústrias, como a fabricante de produtos de limpeza Ypê, que anunciou redução na captação no manancial em 30%, ou 45 mil litros por hora. A autorização de captação da empresa é de 150 mil litros por hora. A Ypê informou que não haverá prejuízo à produção.

    A região de Campinas não registra chuvas volumosas há pelo menos 30 dias. A média histórica para o mês de agosto é de cerca de 30 milímetros. A expectativa da meteorologia é de que as chuvas cheguem à região apenas no início da próxima semana –mesmo assim, em volume reduzido.

    Editoria de arte/Folhapress

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