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    Rio de Janeiro

    Câncer é causa para retirada do útero em 7,7% de mulheres acima de 18 anos

    LUCAS VETTORAZZO
    DO RIO

    21/08/2015 10h00

    O câncer de colo de útero é a principal razão para que 7,7% das mulheres brasileiras com mais de 18 anos se submetam a cirurgia para a retirada do órgão, informou a Pesquisa Nacional de Saúde, divulgada na manhã desta sexta-feira (21) pelo IBGE. Os percentuais de retirada do útero aumentam nas regiões Nordeste (8,2%) e Centro-Oeste (9,1%).

    De acordo com o levantamento, 79,4% das mulheres de 25 a 64 anos já fizeram o exame preventivo, chamado Papanicolau, pelo menos uma vez nos três últimos anos anteriores à pesquisa. Quanto mais cedo é feito os diagnóstico, maiores são as chances de um tratamento com resultados positivos.

    Clique na infografia: Câncer de colo de útero

    Entre as mulheres nessa faixa que nunca fizeram o exame preventivo, 45,6% não acharam necessário. Outros motivos apontados são: nunca foram orientadas a fazê-lo (20,7%), vergonha (9,7%), nunca tiveram relações sexuais (7,2%), dificuldade para marcar a consulta (3,8%); tempo de espera para o serviço muito alto (1,7%) e outros motivos não especificados (11,3%).

    A recomendação do Ministério da Saúde é que toda mulheres que já teve atividade sexual deve submeter-se aos exame preventivo periódico. Os dois primeiros exames devem ser anuais. Em caso de resultados normais, sua repetição passa a ser necessária após três anos.

    Clique na infografia: Câncer de colo de útero

    MAMOGRAFIA

    A pesquisa mostrou também que a falta de exame preventivo para o câncer de mama é grande, na população entre 50 e 69 anos de idade, faixa etária de maior incidência –40% não fizeram a mamografia nos dois anos anteriores à pesquisa.

    O percentual das mulheres que fizeram esse exame, portanto, foi de 60%. Em regiões mais pobres, o percentual de realização fica muito abaixo da média nacional –Norte (38,7%), Nordeste (47,9%) e Centro-Oeste (55,6%) diferem em muito das taxas do Sul (64,5%) e Sudeste (67,9%).

    Clique na infografia: Mamografia por região

    "Os número mostram que, a despeito de todas as campanhas contra o câncer de mama, ainda fazemos menos mamografias do que poderíamos", afirma Carlos Alberto Ruiz, membro da Sociedade Brasileira de Mastologia.

    "A mortalidade pelo câncer de mama é proporcional ao tamanho do tumor no momento do diagnóstico".

    De acordo com o mastologista, há em média 57 mil casos de câncer diagnosticados por ano, dos quais 13 mil a 14 mil são fatais. "O nódulo demora de oito a dez anos para se formar e atingir um centímetro".

    A desinformação e medo –"as pessoas associam câncer à morte"– são as principais causas da falta de iniciativa para as mulheres fazerem o exame. A Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda o exame a partir dos 40 anos, enquanto o procedimento no SUS é feito com mulheres a partir de 50 anos.

    Clique na infografia: Mamografia por grau de instrução

    Segundo o especialista, o auto-exame de mama não substitui a mamografia, porque para ser palpável, o nódulo tem que ter entre um e dois centímetros, tamanho já considerado preocupante. "A mortalidade aumenta em muito quando o tumor tem entre 3 cm e 4 cm e quanto mais cedo o diagnóstico, mais chances há de cura", disse.

    As principais causas de câncer de mama são estresse, hábitos alimentares não saudáveis, excesso de fumo e de álcool. "A mamografia por si só não previne o câncer, mas ajuda no diagnóstico precoce, fundamental para o processo de tratamento ter sucesso", afirma Ruiz.

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