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    Polícia indicia 9 por crime contra jovem espancado até a morte no RS

    PAULA SPERB
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PORTO ALEGRE

    28/08/2015 14h15

    A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre a morte do adolescente Ronei Wilson Jurkfitz Faleiro Júnior, 17, espancado até a morte em 1º de agosto, em Charqueadas (região metropolitana de Porto Alegre).

    Nove adultos foram indiciados sob suspeita de homicídio triplamente qualificado, três tentativas de homicídio qualificado e formação de bando. Além dos adultos, sete adolescentes foram responsabilizados pelos mesmos crimes. O inquérito será enviado ao Ministério Público, de onde parte a denúncia para decisão da Justiça.

    Os adultos estão presos temporariamente, mas o delegado Rodrigo Reis pede à Justiça que converta a prisão em preventiva até o julgamento. Os adolescentes também estão apreendidos em caráter temporário, e o delegado solicitou a prorrogação da apreensão.

    Maria Eduarda Fortuna/Rádio Gaúcha/RBS - 7.ago.2015/Folhapress
    Ronei Faleiro (à direita, de branco) na passeata em Charqueadas após a morte de seu filho

    O inquérito foi concluído pela polícia antes do prazo legal, que é de 30 dias.

    "Foi uma investigação rápida, mas complicada, porque escutamos muitas pessoas. Foram mais de 30 oitivas", disse à Folha o delegado Rodrigo Reis.

    Alguns envolvidos já tinham antecedentes criminais. Quatro deles agrediram um jovem de Porto Alegre, em abril, em circunstâncias parecidas à do crime de Charqueadas.

    O CRIME

    Juninho, como o garoto assassinado era chamado, foi morto com socos, pontapés e garrafadas na cabeça ao sair de uma festa. O pai do menino, Ronei Wilson Jurkfitz Faleiro, 48, presenciou tudo. Tentou inutilmente evitar o ataque de mais de uma dezena de garotos, alguns conhecidos da família.

    A festa era para arrecadar fundos para os formandos da escola Cenecista Carolino Euzébio Nunes. O pai foi buscar o filho de carro na saída. O garoto pediu para ele dar carona a um casal de amigos, da cidade vizinha de São Jerônimo.

    Os dois amigos estavam sendo ameaçados pelo bonde –como são chamadas as gangues no Sul– Abas Retas. O bonde costumava atacar pessoas de fora da cidade.

    A violência das gangues é um "problema antigo" e existe grande rivalidade com os garotos "de fora", segundo o major Fábio Almeida César, comandante do batalhão da Polícia Militar da cidade.

    "Na noite do crime tínhamos uma guarnição apenas, por causa da defasagem do efetivo", diz o major. Segundo o comandante, os policiais são desviados de função para trabalhar nos presídios –são seis na cidade.

    Depois do crime, César afirma que foram "devolvidos" nove policiais à cidade.

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