• Cotidiano

    Saturday, 04-May-2024 21:44:11 -03

    Ao furar bloqueio no Rio, jovem é morto por militar com tiro de fuzil

    MÁRIO CAJÉ
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

    12/09/2015 12h14

    Um jovem de 21 anos foi morto por um tiro de fuzil disparado por um militar da Marinha na noite desta sexta-feira (11) na Ilha do Governador, na zona norte do Rio.

    Segundo o Comando do 1º Distrito Naval, em torno das 23h, os militares interromperam o trânsito na rua Jaime Perdigão para a saída de uma carreta da unidade militar situada nesta mesma via. Durante este procedimento, o carro de Felipe Jordão da Silva Ferreira se aproximou "em alta velocidade", furou o bloqueio militar e atropelou o sargento Wanderson Almeida Noia de Oliveira.

    De acordo com a Marinha, outro fuzileiro naval, que também participava da escolta, "reagiu disparando um tiro contra o veículo".

    Felipe Ferreira, que estava ao volante, foi atingido no pescoço e perdeu o controle do carro, que bateu em uma árvore. Ele morreu em seguida. No mesmo carro estava a irmã do rapaz, Fernanda Ferreira, 23, que teve apenas ferimentos leves.

    Ela confirmou à Folha que seu irmão atropelou o militar. Também ressaltou que não houve qualquer tipo de abordagem, antes de o carro virar alvo dos tiros de fuzil.

    Thiago Lontra/Ag. O Globo
    Carro de Felipe Ferreira, 21, morto por um tiro de fuzil disparado por um militar, no Rio
    Carro de Felipe Ferreira, 21, morto por um tiro de fuzil disparado por um militar, no Rio

    "O Felipe estava um pouco sonolento e, como o vidro do carro era muito escuro, não viu quando atropelou o homem. Foi muito rápido e ele não conseguiu frear, mas tentou desviar. Quando a gente viu, já tinha atropelado", disse Fernanda Ferreira.

    "Logo depois veio o tiro, não sei de onde. Quando foi atingido, ele gritou, tentou falar alguma coisa pra mim, mas caiu morto", relatou a irmã.

    Antes de ser baleado, Felipe Ferreira e Fernanda estiveram no aeroporto Internacional do Galeão (na Ilha do Governador), onde trabalha a namorada do rapaz. Como ela não estava no local, os dois irmãos seguiram para outro endereço e neste caminho entraram na rua Jaime Perdigão.

    Jucimar Francisco, primo de Ferreira, disse que ele não tinha carteira de motorista, mas fazia aulas de direção.

    O sargento atropelado foi transferido para o hospital naval Marcílio Dias e está em observação, segundo a Marinha.

    O corpo de Ferreira deve ser velado neste domingo, no cemitério do Cacuia, na Ilha do Governador.

    A Marinha informou ainda que um Inquérito Policial Militar foi instaurado para "apurar os fatos e responsabilidades do incidente". A Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Rio também investiga o caso.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024