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    Crise da água

    Chuva fora de época dá só 18 dias de alívio a represas da Grande SP

    FABRÍCIO LOBEL
    DE SÃO PAULO

    15/09/2015 02h00

    As primeiras duas semanas de setembro trouxeram chuvas acima da média e ampliaram em 50 bilhões de litros as reservas das principais represas da Grande São Paulo.

    Todo esse volume, porém, representa apenas um ligeiro alívio nos agonizantes mananciais e deverá ser todo consumido num intervalo de apenas três semanas de estiagem –como aconteceu nos últimos 18 dias do mês de agosto.

    E é justamente essa a previsão dos climatologistas para a próxima semana. Segundo essas previsões, a região metropolitana e seu entorno, onde estão os seis principais reservatórios, terá bastante calor e quase nenhuma chuva.

    Setembro é o último mês da estação seca, iniciada em abril. A expectativa do governo Geraldo Alckmin (PSDB) é que as chuvas em grande volume voltem a partir de outubro –na última estação chuvosa, porém, elas só vieram em fevereiro e março.

    A Grande SP vive hoje a mais grave seca já registrada.

    Infográfico: Reservatórios da Grande SP

    A estiagem veio à tona no início de 2014 e, há pelo menos um ano e meio, deixa milhares de moradores sob regime de racionamento (entrega controlada de água).

    Residências em bairros altos e distantes dos mananciais ficam até 20 horas por dia com a torneira seca.

    A situação mais crítica está no sistema Cantareira, o maior deles e onde a Sabesp vem retirando água do fundo das represas de forma emergencial. O nível de água do sistema teve leve aumento com as chuvas de setembro, o que não ocorria havia pouco mais de três meses.

    O sistema atendia cerca de 9 milhões de pessoas antes do início da crise, mas hoje beneficia pouco mais de 5 milhões. O restante passou a ser socorrido com água de outros reservatórios, como o Guarapiranga, na zona sul de São Paulo, e o Alto Tietê, no extremo leste da Grande SP.

    Segundo especialistas, para que São Paulo se afaste de vez da perspectiva de rodízio (corte do fornecimento de água) o regime de chuvas daqui para a frente teria que ser intenso e bem distribuído no período, sem longos intervalos de estiagem, por exemplo.

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