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    Alunos de SP fazem vaquinha para ir a competição de matemática na Índia

    FERNANDA PEREIRA NEVES
    DE SÃO PAULO

    06/10/2015 16h20

    Medalha de ouro em uma olimpíada de matemática, um grupo de estudantes de uma escola estadual de São Paulo iniciou uma campanha para conseguir participar de uma competição internacional na Índia no próximo mês. Sem recursos, resolveram angariar doações tanto com uma vaquinha virtual como até mesmo pedindo ajuda a motoristas em semáforos.

    Os sete jovens estão no terceiro ano do ensino médio na escola técnica Martin Luther King, na região do Tatuapé, zona leste de São Paulo, e estimam ser preciso R$ 80 mil para pagar as inscrições e as passagens para eles e mais três responsáveis –dois professores e um pai. Veja como contribuir aqui.

    "Eles fizeram folders, montaram uma página no Facebook e entraram em um site de arrecadação para conseguir esse dinheiro. Algumas vezes chegaram a deixar de almoçar para pedir ajuda aos motoristas no semáforo, conseguindo arrecadar até R$ 600 em um dia. Até um carroceiro quis ajudar", conta Roberto William Miguel, pai de um dos jovens.

    Até a tarde desta terça-feira (6), os estudantes já tinham arrecadado mais de R$ 13 mil. Eles precisam concluir a arrecadação até o final do mês para que seja possível a compra de passagens e a viagem. Eles devem chegar à Índia em 12 de novembro, e a competição acontecerá entre os dias 14 e 17 de novembro.

    É OURO

    O convite para os adolescentes participarem da competição aconteceu após ganharem o ouro na Olimpíada Internacional de Matemática sem Fronteiras. O evento é promovido pela Academia de Estrasburgo, ligada ao Ministério da Educação francês, e acontece em vários países, embora a disputa ocorra entre escolas do mesmo país.

    No caso do Brasil, mais de 30 mil alunos de escolas públicas e privadas participaram da prova, aplicadas em suas próprias classes –a competição acontece coletivamente, com classes ou grupos. Mais de 60 escolas conquistaram a medalha de ouro no país, sendo a Martin Luther King a única pública da capital paulista.

    O convite para a competição Quanta, na Índia, foi feito para as classes que se destacaram –não apenas que conquistaram o ouro–, que precisavam selecionar os sete representantes. A turma optou por uma votação, que terminou com a seleção dos sete adolescentes, que têm entre 16 e 17 anos.

    "O maior problema está sendo o dinheiro mesmo, mas não é só isso. Temos que nos preparar no inglês e estamos fazendo um robô e um barco como parte da competição, já que não é só uma competição de matemática. Ela envolve eletrônica, matemática, ciências em geral", afirma Victor Freire, 17, um dos alunos selecionados.

    Procurado, o Centro Paula Souza, que administra das escolas técnicas estaduais de São Paulo, afirmou que 24 turmas de 15 Etecs foram convidadas para participar da competição. "A instituição muito se orgulha desse desempenho e lamenta não ter recursos para pagar a viagem de tantas pessoas, ao custo de quase R$ 2 milhões", completa.

    Caso não consigam arrecadar todo o dinheiro necessário, os jovens da escola Martin Luther King afirmam que doarão o valor acumulado.

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