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    Santa Casa de SP deve 'sangrar' até 2016, diz superintendente

    JAIRO MARQUES
    DE SÃO PAULO

    13/10/2015 17h58

    As 1.397 demissões, envolvendo 187 médicos, feitas nesta terça-feira (13) pela direção da Santa Casa de São Paulo não vão ser suficientes para reequilibrar as contas da instituição, que acumula dívidas de R$ 770 milhões. O fim do "sangramento" de recursos do hospital é previsto para o meio do ano que vem.

    A avaliação é do superintendente da instituição, José Carlos Vilela, que assumiu o posto há três meses com a missão de dar novos ares para a realidade financeira da Santa Casa, que vive a pior crise de sua história.

    Segundo ele, não existe previsão de novas "ondas" de dispensa de funcionários, porém afirma que o hospital passará por uma "grande mudança em sua organização, com otimização de processos e de capacidade de atendimentos, implantação de novas tecnologias e remanejamentos de pessoal".

    "A Santa Casa é viável, é um polo gerador de talentos, de formação e isso vale muito. Mas as contas não vão fechar neste ano, as demissões foram necessárias, mas não suficientes para conter a crise. Só devemos parar de sangrar na metade do ano que vem", afirmou Vilela.

    GREVE

    Um problema a mais para a administração da Santa Casa pode ocorrer a partir da semana que vem.

    Descontente com a maneira com que formam conduzidas as demissões e com atraso de salários, o Simesp (Sindicato dos Médicos de São Paulo) chamou assembleia de seus membros para sexta-feira (16) com a intenção de promover um movimento grevista na instituição.

    O sindicato afirma que não está havendo respeito a direitos trabalhistas e que os médicos estão "pagando as contas pela crise".

    As rescisões, que somam cerca de R$ 60 milhões, serão parceladas. A quitação pode levar de quatro meses a mais de um ano. Cada parcela corresponderá, no mínimo, ao valor do último mês de salário do trabalhador demitido, de acordo com o Ministério Público do Trabalho, que acompanhou o processo.

    "Tivemos um debate aberto com os departamentos do hospital em relação aos cortes. Os sindicatos foram ouvidos e tudo foi transparente. As pessoas têm direito de se chatear, de lamentar, mas paralisar o atendimento não faz parte da cultura do hospital. Não acredito em greve", declarou Vilela.

    Para contornar a dívida milionária, a estratégia da Santa Casa é a renegociação com credores. Uma conversa com o BNDES já foi iniciada, mas, primeiro, a instituição precisa cumprir uma série de medidas saneadoras de suas contas.

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