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    Motorista alcoolizada atropela e mata dois que pintavam ciclofaixas em SP

    MARTHA ALVES
    DE SÃO PAULO

    18/10/2015 05h01

    Mario Angelo/Sigmapress/Folhapress
    Juliana Cristina da Silva, 28, que atropelou dois homens na zona norte de São Paulo
    Juliana Cristina da Silva, 28, que atropelou dois homens na zona norte de São Paulo

    Uma motorista alcoolizada atropelou e matou dois homens que pintavam uma ciclofaixa no Tucuruvi, na zona norte de São Paulo, por volta da 1h deste domingo (18).

    De acordo com o boletim de ocorrência, Juliana Cristina da Silva, 28, invadiu, com um Vectra cinza, a área demarcada para o trabalho dos pintores, na avenida Luiz Dumont Villares. Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), a motorista fugiu do local do acidente sem prestar socorro aos dois atropelados.

    José Hailton de Andrade, 53, não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Raimundo Barbosa dos Santos, 38, foi levado para a Santa Casa, onde morreu por volta das 4h. Ambos eram do Piauí.

    Tamanho o choque, Nayane Cristina Andrade, filha de José Hailton, esqueceu que fazia aniversário neste domingo (18). Ela pede que "seja feita justiça".

    Andrade deixa mulher, seis filhos e cinco netos. Barbosa dos Santos deixa mulher e quatro filhos. Seus corpos serão levados ao Piauí, onde vive parte da família de ambos.

    Helio Torchi/Sigmapress/Folhapress
    Carro da motorista no 73° DP, onde o crime foi registrado
    Carro da motorista no 73° DP, onde o crime foi registrado

    MOTORISTA

    Após o atropelamento, a motorista foi seguida por testemunhas e presa pela PM a três quilômetros do local. Ela foi submetida ao teste do bafômetro, e os policiais constataram que apresentava 0,85 mm de álcool por litro de ar expirado. A Lei Seca considera crime quantidade superior a 0,34 mm/l.

    A motorista foi autuada em flagrante por dirigir alcoolizada e permanece detida no 89º DP (Portal do Morumbi), sem direito à fiança. Os homens eram funcionários da Sinalta Propista, empresa terceirizada contratada pela prefeitura.

    Além das duas vítimas, outros três funcionários trabalhavam pintando o asfalto naquela região na madrugada deste domingo (18). Segundo Elizabeth Cannizzaro, sócia da empresa, o coordenador do trabalho da equipe que estava lá relatou que a motorista dirigia em alta velocidade.

    A empresa tem cerca de 200 funcionários, de acordo com Cannizzaro, e presta serviços para a prefeitura, o governo do Estado de São Paulo e outras empresas privadas. "Por causa de uma inconsequente, perdemos dois amigos, pais de família, homens honrados", lamentou Cannizzaro.

    A mãe de Juliana, Silvania de Abreu e Silva, não quis falar. Uma advogada foi à delegacia para representar a condutora, mas a família desistiu de contratá-la.

    OUTRO CASO

    Em junho deste ano, o gari Alceu Ferraz, 61, morreu após ser atropelado na avenida São João, na região central de São Paulo. Um colega dele também foi atingido e ficou ferido.

    A motorista, a estudante de arquitetura Hivena Queiroz Del Pintor Vieira, 24, disse à polícia que saiu de uma festa em Higienópolis e, no centro, foi abordada por três homens numa tentativa de assalto. Na fuga, ela relatou que teria atingindo algo que poderia ter sido o gari.

    O advogado da jovem afirmou que, na madrugada do acidente, sua cliente ligou para o 190 e foi orientada a registrar um boletim de ocorrência de tentativa de assalto no 8º DP (Brás). Entretanto, o local informado teria sido a praça João Mendes (região central), e não a avenida São João, como registrado em câmeras de segurança.

    "Ela não conhece muito bem a cidade. Por isso se equivocou", afirmou o defensor à época. Ela foi indiciada sob suspeita de homicídio culposo (sem intenção) e liberada em seguida.

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