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    Rio de Janeiro

    Autoridades suspeitam que explosão tenha sido causada por botijão de gás

    LUIZA FRANCO
    LUCAS VETTORAZZO
    DO RIO

    19/10/2015 14h09

    A principal suspeita das autoridades para a explosão que deixou sete feridos em São Cristóvão, zona norte do Rio, é de que o acidente foi provocado por um vazamento de gás, provavelmente de um botijão.

    A explosão ocorreu por volta das 3h da madrugada desta segunda-feira (19). De acordo com a Defesa CIvil, subiu de 49 para 54 o número de imóveis interditados por risco de desabamento ou desprendimento de parte de sua estrutura.

    Quatro imóveis que vieram abaixo –a pizzaria, o restaurante, a drogaria e o conjunto de casas– integram esse total.

    Segundo informações coletadas no local do acidente, a pizzaria, o restaurante e as casas utilizavam gás de botijão. Os bombeiros retiraram dos escombros ao menos oito vasilhames de gás de 13 quilos, o tradicionalmente utilizado nas residências do Rio.

    Ricardo Borges/Folhapress
    Local do acidente - Explosão Rio de Janeiro - São Cristóvão - Depois
    Imóveis ficam destruídos após forte explosão no bairro de São Cristóvão, na zona norte do Rio

    De acordo com o secretário municipal de Defesa Civil, Márcio Motta, dois grande botijões, de 45 quilos, foram retirados intactos dos escombros da pizzaria. "Ainda não é possível precisar de onde partiu a explosão", afirmou.

    O Rio tem histórico de explosões causadas pelo mau uso dos botijões de gás. Em maio, um alemão morreu após seu apartamento explodir em São Conrado, zona sul da cidade. Em outubro de 2011, quatro pessoas morreram após explosão em um restaurante no centro do Rio.

    FISCALIZAÇÃO

    Segundo o comandante do Corpo de Bombeiros, Ronaldo Alcântara, que estava no local do acidente, estabelecimentos podem usar botijões ainda que a via onde funcionam seja servida por gás canalizado.

    É o caso da rua onde houve a explosão. De acordo com a Ceg, empresa que detém a concessão para a distribuição do gás encanado no Estado do Rio, a região de São Cristóvão é atendida pela rede, mas nem os imóveis comerciais ou a vila de casas eram seus clientes.

    Reprodução/Google Street View
    Local do acidente - Explosão Rio de Janeiro - São Cristóvão - Antes
    Imóveis antes da explosão no bairro de São Cristóvão, na zona norte do Rio

    A questão é que o gás de botijão é mais barato e não necessita de instalação específica. O gás encanado demanda que o cliente arque com os custos de instalação a partir do relógio medidor de consumo.

    Os bombeiros são responsáveis por fiscalizar as instalações no Estado. O comandante dos bombeiros, Ronaldo Alcântara, admitiu que a fiscalização ainda é deficiente.

    Local da explosão

    "Infelizmente, as pessoas acumulam vasilhames [botijões] sem autorização. Não há fiscalização. Nós aumentamos em doze vezes o número de fiscalizações no estado do Rio de Janeiro, mas não conseguimos constatar quando alguém leva um vasilhame de forma não autorizada", disse.

    Bombeiros e Defesa Civil ainda não sabem se os donos dos estabelecimentos atingidos pela explosão seguiam a legislação vigente. A Polícia Civil vai apurar as causas do acidente.

    Na tarde desta segunda os Bombeiros ainda buscam por vítimas nos escombros, mas Alcântara considera improvável que ainda haja alguma pois não houve queixas de parentes. O trabalho dos Bombeiros deve durar até pelo menos o fim do dia de terça-feira.

    A presidente Dilma Rousseff, que está em viagem oficial a Suécia, comentou o acidente no Rio: "Foi com grande tristeza que recebi a notícia da explosão ocorrida na madrugada de hoje, no bairro de São Cristóvão, no Rio de Janeiro. Transmito minha solidariedade aos feridos e às dezenas de famílias afetadas pela explosão", disse a presidente.

    A explosão ocorreu na madrugada desta segunda-feira (19) no bairro de São Cristóvão e causou a destruição de três imóveis comerciais e de um conjunto de quatorze quitinetes.

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