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    Secretário exonerado por Haddad posava com escolta de 'homens de preto'

    ARTUR RODRIGUES
    LEANDRO MACHADO
    DE SÃO PAULO

    21/10/2015 02h00

    Reprodução
    O ex-secretário Ítalo Miranda Júnior e sua escolta pessoal em foto publicada no jornal da GCM
    O ex-secretário Ítalo Miranda Júnior (centro) e sua escolta pessoal em foto publicada no jornal da GCM

    "Homens de preto". Assim era conhecida a guarda pessoal de Ítalo Miranda Júnior, que ocupou o cargo de secretário municipal de Segurança Urbana na Prefeitura de SP até esta terça-feira (20). Ele foi exonerado pelo prefeito Fernando Haddad (PT) nesta terça-feira (20).

    Os dez homens armados que acompanhavam Miranda Júnior, nomeados em 22 de maio, pertenciam à GCM –Guarda Civil Metropolitana, que tem como objetivo principal cuidar do mobiliário urbano, como praças e escolas.

    Miranda tinha mais seguranças que o próprio Haddad, que anda com apenas quatro.

    Em edição recente, o jornal da própria GCM fez uma reportagem sobre a escolta pessoal do secretário, que chegou a posar para fotos com os "seguranças" em volta.

    "Para ser integrante da escolta [de Miranda], é necessário elevado preparo técnico e físico; equilíbrio emocional e pensamento estratégico", explica o jornal.

    Em público, Haddad afirmou que a exoneração foi a pedido do próprio secretário.

    No entanto, a Folha apurou que os chamados "homens de preto" foram um dos motivos de desgaste de Miranda, que é delegado e filiado ao PMDB.

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    O ex-secretário Ítalo Miranda Júnior e sua escolta pessoal em foto publicada no jornal da GCM
    O ex-secretário Ítalo Miranda Júnior (sem gravata) e sua escolta em foto publicada no jornal da GCM

    Outras falhas também contaram na demissão. Na semana passada, a Folha revelou que o então secretário decretou o sigilo em uma série de dados relativos à GCM, como imagens das câmeras de monitoramento das ruas. Haddad depois revogou a ação.

    Ainda na semana passada, o jornal "O Estado de S. Paulo" relatou que Miranda nomeou uma funcionária que nunca apareceu na secretaria.

    Haddad também ficou descontente após o secretário nomear o administrador de empresas Eduardo Anastasi, que já havia sido chefe de gabinete do Coronel Ubiratan (1943-2006), um dos acusados pelo massacre do Carandiru, quando este foi deputado estadual. Dez dias após ganhar o cargo, Anastasi foi demitido.

    A Folha não conseguiu localizar Miranda nesta terça.

    No lugar dele, Haddad nomeou o sociólogo Benedito Mariano. O novo secretário é filiado ao PT e já chefiou a pasta na gestão de Marta Suplicy. Ele também foi o primeiro ouvidor das polícias do Estado de São Paulo.

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